João Doria e Partido Novo entram em colisão com Bolsonaro após polêmicas

Aliados do governo criticaram a declaração do presidente ironizando o sumiço do pai do presidente da OAB durante a ditadura

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Apoie Siga-nos no

O ataque do presidente Jair Bolsonaro ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, não repercutiu negativamente apenas entre lideranças e eleitores de esquerda. A declaração polêmica ironizando o desaparecimento de Augusto Santa Cruz de Oliveira, em 1974, durante a ditadura militar ganhou a antipatia de seguidores do governo. E alguns bem importantes para Jair.

É o caso do governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), que criticou a postura do presidente e a considerou inaceitável. “Não posso silenciar diante desse fato. Eu sou filho de um deputado federal cassado pelo golpe de 1964 e vivi o exílio com meu pai, que perdeu quase tudo na vida em 10 anos de exílio pela ditadura militar”, declarou o tucano.

 

Ele fez mais. Esquecendo-se de já ter vestido – literalmente – a camisa da chapa informal Bolsodoria durante o período eleitoral ou de ter feito ginásticas animadas ao lado do presidente, Doria nega qualquer alinhamento com o governo do ex-capitão.

O Partido Novo, que disputou a presidência com a candidatura de João Amoêdo e declarou apoio a Bolsonaro, também se posicionou criticamente às últimas declarações. Em texto publicado no Twitter, e compartilhado pelo próprio Amoêdo, o partido afirma que o presidente “perde o país” ao não ter senso de prioridade e respeito á população.

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL) também classificou como “absolutamente desnecessária” a declaração do presidente. A peesselista disse continuar na torcida pelo governo, “mas o presidente precisa ajudar. Essa sucessão de confusões acaba prejudicando demais”, declarou em entrevista ao BR18. “Esse tema suscita muitas memórias, abre feridas. Melhor seria que ele deixasse de se manifestar a esse respeito e tomasse mais cuidado com as falas em geral. Essas falas findam nublando as boas ações do governo”, acrescentou.

Poucas foram as manifestações nas redes sociais que apoiaram o presidente, dessa vez. O líder do Governo na Câmara e Deputado Federal (PSL/GO), Major Vitor Hugo, foi um dos apoiadores convictos.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.