Política

Incomodado com o apoio de Anitta a Lula, Bolsonaro pede que evangélicos deem uma ‘chegada’ nos jovens

‘Teve uma cantora esses dias falou um montão de abobrinha’, atacou o ex-capitão durante sua passagem em Juiz de Fora (MG)

Bolsonaro volta a Juiz de Fora (MG), onde recebeu a facada, e fala para uma plateia esvaziada. Foto: Reprodução
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De volta a Juiz de Fora (MG), local da facada em 2018, para um novo ato de pré-campanha com evangélicos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se mostrou bastante incomodado nesta sexta-feira 15 com o apoio público da cantora Anitta ao ex-presidente Lula (PT) nestas eleições. Ele indicou preocupação com a influência da artista entre os mais jovens, público no qual ele registra altos índices de rejeição, segundo pesquisas.

Reunido com apoiadores que não conseguiram sequer ocupar metade das cadeiras do local do evento em Minas, Bolsonaro insinuou que a cantora teria trocado seu voto pela liberação das drogas no Brasil e lamentou que os jovens a tenham como inspiração.

“Teve uma cantora esses dias que falou um montão de abobrinha. ‘Vou tatuar não sei o que lá…vou fazer aquilo’. Se dirigiu a uma pessoa e [disse] ‘tô dando o maior apoio, libera aí a maconha’. E a garotada segue essas pessoas”, criticou. “[Tem que] Dar uma ‘chegada’ nos nossos filhos e dizer: olha, a sua liberdade passa por aqui [levanta um celular] e tem gente que quer controlar isso daqui.”

Depois, repetiu a orientação para que os pais digam aos seus filhos que a operação das redes sociais no Brasil dependeria da sua reeleição e da derrota de Lula.

“Não é fácil, mas nós temos que decidir. É chegar para o mais jovem e dizer que quem está garantindo que teu celular funcione é o presidente. Do outro lado estão falando em controlar a mídia”, repetiu Bolsonaro. “O jovem sem celular não vive mais e parece que alguns querem eleger um carrasco pra sua vida.”

No discurso, Bolsonaro insistiu que o papel dos evangélicos neste ano seria o de ajudar a derrotar Lula. “O inimigo nosso não é externo hoje em dia, é dentro do Brasil. Se eu contratar um navalha [barbeiro] para dirigir a Ferrari, ele vai bater na curva. Alguns querem botar para dirigir a Nação uma pessoa comprovadamente corrupta”, suplicou em dado momento.

Evento em Juiz de Fora para receber Bolsonaro tinha metade das cadeiras desocupadas.
Foto: Reprodução/Redes Sociais

No evento desta sexta, Bolsonaro voltou a sinalizar para mulheres, outro público no qual sofre com altas taxas de reprovação. Novamente ele admitiu não ser bem visto, mas insistiu que elas olhem para as políticas que supostamente as beneficiam.

Ainda sobre o tema, ele também afirmou que a saída de Pedro Guimarães, um dos seus principais aliados, do comando da Caixa Econômica Federal após acusações de assédio sexual teria transformado a instituição em um ‘banco para as mulheres’. Para defender sua posição, celebrou a nomeação da ex-assessora de Paulo Guedes Daniela Marques.

“E [falam que] eu sou uma pessoa que tem política errada para mulheres… Olha a Caixa Econômica com a presidente Dani, é uma Caixa Econômica para elas. Não podemos viver sem vocês.”

Ele também tornou a fazer ataques aos ministros do Suprema Tribunal Federal e insinuar fraude nas eleições. Ao celebrar a presença de aliados bolsonaristas, disse ainda que se deputados extremistas como Otoni de Paula (MDB-RJ) e Daniel Silveira (PL-RJ) seguirem com o atual perfil de atuação política, em 20 anos, poderão chegar à Presidência da República.

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