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Governo não planeja mudanças na relação com o Banco Central, diz Padilha após declarações de Lula
O ministro se pronunciou após o presidente chamar a independência da instituição de ‘bobagem’
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, descartou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vá fazer mudanças na relação com o Banco Central. A declaração foi publicada no Twitter, nesta quinta-feira 19.
Padilha se pronuncia um dia depois de a emissora GloboNews exibir uma entrevista com Lula, na qual o presidente chama de “bobagem” a ideia de independência do Banco Central. O petista, na ocasião, criticou a aprovação da lei de autonomia à instituição durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O ministro disse que Lula “deu plena autonomia” a Henrique Meirelles, presidente do Banco Central nos anos 2000, e que “não vai mudar de postura”.
“O presidente não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido“, escreveu. “Não há nenhuma pré-disposição por parte do governo de fazer qualquer mudança na relação com o Banco Central.”
A decisão de não reverter a autonomia do Banco Central agrada ao mercado, porque economistas liberais acreditam que a independência distancia a instituição das “pressões” políticas do governo que está no poder.
Já economistas progressistas são críticos à independência, porque acreditam que essa medida aumenta a influência do mercado sobre a instituição, enquanto a política econômica eleita nas urnas deveria prevalecer.
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