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Golpismo de renda

Qual será o destino dos diplomatas aliados a Bolsonaro na tentativa de melar as eleições?

Linha de frente. Simas (abaixo) representou na reunião golpista de julho de 2022 seu chefe, o então chanceler Carlos França (de óculos, ao lado do general Paulo Sérgio Nogueira) – Imagem: Clauber Cléber Caetano/PR e Arthur Max/MRE
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Na terça-feira 20, o governo brasileiro, ao lado de outras nações, acusou Israel na Corte Internacional de Justiça, órgão da ONU, de ocupar ilegalmente territórios palestinos. O tribunal fica em Haia, sede dos poderes na Holanda e cidade onde o ­País mantém desde o ano passado um embaixador experiente, Fernando Simas, com 44 anos de serviço diplomático. Em tese, cabia a Simas apresentar a acusação. O libelo foi lido, porém, por uma diplomata jovem, de 15 anos de profissão e dois degraus abaixo na carreira, a conselheira Maria Clara Tusco, que trabalha em Brasília à frente da Divisão da ONU do Itamaraty. A ausência do embaixador foi uma decisão do governo. Informações dos bastidores do poder apontam duas explicações. Por um lado, Simas teria sido poupado de exposição. Por outro, ficaria evidente que ele é um problema. Por quê?

A razão é a mesma que obrigou Jair Bolsonaro a depor à Polícia Federal na quinta-feira 22. Investigações da PF revelaram recentemente que o ex-presidente tentou um golpe. Parte da trama foi urdida em uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022, na qual o capitão se mostrou disposto a ir às últimas consequências para permanecer no cargo. Simas estava lá. Era o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, o número 2 do Itamaraty. O número 1, o embaixador Carlos França, estava fora do País na ocasião.

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