Entrevistas
Golpe militar impôs sofrimento e barbárie à população, diz secretário de Acesso à Justiça
Em entrevista a CartaCapital, Marivaldo Pereira afirmou que a oposição demonstra ‘desespero’ ao defender CPI sobre os atos do 8 de Janeiro
O secretário de Acesso à Justiça, Marivaldo Pereira, condenou as práticas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas datas que marcam o golpe militar de 1964. A gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) extinguiu a leitura da “ordem do dia” que homenageava a ditadura nos últimos quatro anos.
Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube, nesta sexta-feira 31, Pereira ressaltou a mudança de posicionamento do Palácio do Planalto como uma das formas de tornar vitoriosa a leitura que rechaça o período de autoritarismo militar no Brasil.
Além disso, o secretário enalteceu a volta dos trabalhos da Comissão de Anistia, conforme determinação do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Segundo ele, é necessário resgatar mecanismos de defesa da memória de vítimas da ditadura, como ocorreu na Comissão Nacional da Verdade.
“O golpe militar impôs muito sofrimento e barbárie à população brasileira”, declarou. “Só de voltar a ter um presidente da República que respeita a Constituição, as instituições e o Estado Democrático de Direito, já tem um impacto muito grande, porque isso repercute em todos os lugares, inclusive nas Forças Armadas.”
Pereira também acusou a oposição bolsonarista de tentar impedir o que chamou de “processo de reconstrução do País”, com a tentativa de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigue os atos do 8 de Janeiro, que resultaram na depredação de prédios da Praça dos Três Poderes.
O próprio presidente da República já disse ser contrário à CPI, pela possibilidade de “gerar uma confusão tremenda”. Conforme mostrou CartaCapital, a avaliação de aliados de Lula é de que uma comissão parlamentar pode ampliar condições de vitórias políticas do bolsonarismo.
“A postura da oposição demonstra desespero”, afirmou Pereira. “A Polícia Federal voltou a cumprir as suas prerrogativas constitucionais na atual gestão e vem promovendo investigações e operações que estão chegando exatamente naqueles que mais defendem a CPI.”
Confira a entrevista na íntegra no YouTube.
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