Política

Funcionários do Banco Central agendam nova paralisação e ameaçam greve em março

Os servidores farão mais um protesto na semana que vem; a categoria teme que Bolsonaro conceda reajuste somente a policiais federais

Prédio do Banco Central do Brasil (BCB). Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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Os funcionários do Banco Central anunciaram nesta quarta-feira 2 que a greve da categoria por tempo indeterminado está mantida e deve ter início em 9 de março. Em nota, o sindicato que representa os trabalhadores da instituição disse estimar pelo menos 65% de adesão dos servidores à decisão de entregar os cargos, em um quadro de quase 3,5 mil empregados.

Os organizadores da mobilização estabeleceram como limite o dia 23 de fevereiro para que o governo dê uma resposta satisfatória sobre as reivindicações. Os funcionários exigem reposição salarial das perdas com a alta da inflação e melhorias no plano de carreira.

Os servidores esperam se reunir mais uma vez com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira 3, às 17h. O encontro será virtual. A categoria avalia que a última conversa, realizada em 11 de janeiro, foi “produtiva e positiva”, e que, embora nenhuma proposta concreta tenha sido apresentada, há “boa expectativa” para a nova reunião.

Porém, as sinalizações do governo federal têm indicado posições dissonantes, dizem os sindicalistas.

“As últimas declarações do presidente Bolsonaro, do deputado Ricardo Barros e dos ministros Ciro Nogueira e Paulo Guedes sugerem ainda que o reajuste será dado somente para os policiais federais, excluindo os servidores do BC”, afirma texto publicado pelo Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, o Sinal, referindo-se às promessas orçamentárias do governo aos policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes do Departamento Penitenciário Nacional, o Depen.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dito que o reajuste salarial para os agentes de segurança federais está suspenso, ainda que esses trabalhadores componham boa parte do seu eleitorado.

Segundo o ex-capitão, é possível que nenhum servidor público receba aumento.

No entanto, o presidente do Sinal, Fábio Faiad, diz suspeitar de que o governo acabe concedendo o aumento aos agentes de segurança, caso os demais servidores públicos parem de se mobilizar.

Por enquanto, os trabalhadores do Banco Central têm optado por realizar paralisações pontuais. A primeira ocorreu em 18 de janeiro e foi considerada pelo Sindicato como um “sucesso inicial”, apesar de ter sido chamada de “fraquinha” pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

A próxima paralisação está marcada para a semana que vem, no dia 9 de fevereiro.

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