Política

Em aniversário do PT, Gleisi defende alianças amplas e Lula homenageia Dilma

O evento virtual também teve a participação de Fernando Haddad, pré-candidato ao governo de São Paulo

O ex-presidente Lula no aniversário de 42 anos do PT. Foto: Ricardo Stuckert
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Em evento de aniversário de 42 anos do PT, nesta quinta-feira 10, a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, e o pré-candidato da sigla ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, defenderam a construção de alianças para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição deste ano.

Ambos fizeram discursos antes do pronunciamento final do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à Presidência da República.

Gleisi disse que as forças políticas que levaram Bolsonaro ao poder “não vão entregar facilmente o que tomaram por meio do golpe, da perseguição judicial a Lula, em cumplicidade com a mídia, da industrialização das fake news“.

Na sequência, pediu “preparo” para a disputa eleitoral.

“Temos de construir unidade política com os partidos e movimentos que representam as forças populares e democráticas, construir alianças amplas no campo democrático, em torno de compromissos programáticos, como a soberania nacional, a democracia, a retomada do crescimento, o resgate dos direitos sociais revogados nos últimos anos”, afirmou a presidenta do PT.

Haddad, em seu discurso, fez referência semelhante à defesa de alianças para “derrotar o fascismo”.

“Com nossos aliados, com a generosidade que o Partido dos Trabalhadores tem tido em promover alianças necessárias para promover o campo progressista, é com essa consciência que nós vamos enfrentar o nosso maior desafio: derrotar o fascismo e recolocar o Brasil na trilha do desenvolvimento sustentável com inclusão”, disse o ex-prefeito de São Paulo.

As três tentativas de maior repercussão do PT para a construção de “alianças amplas” dizem respeito à composição com o ex-tucano Geraldo Alckmin como vice de Lula, aos afagos ao PSD de Gilberto Kassab, importante partido de centro no Congresso, e ao acordo via federação com o PSB.

Conforme mostrou CartaCapital, no entanto, há divergências dentro do PT sobre essas iniciativas. Em entrevista na semana passada, o deputado Rogério Correia (PT-MG) se mostrou como um exemplo dos petistas pouco entusiasmados: disse não ter “simpatia” com a costura que vem sendo feita por possivelmente impor limites a um “programa de transformações”.

Presidente do PSD, Kassab chegou a gravar um vídeo para o evento de aniversário do PT e disse ter “profundo orgulho das realizações e do legado” do partido ao País.

Lula minimiza ‘defeitos’ de Dilma e exalta ‘qualidade moral’

Lula dedicou parte relevante do discurso para homenagear a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), em meio a rumores de que sua candidatura anteciparia críticas sobre a gestão dela – como teria feito ao dizer que Dilma não teria “a paciência que a política exige” – para se afastar de eventuais associações.

“A Dilma pode ter todos os defeitos que todos nós, seres humanos, temos. Se a gente ficar na frente do espelho se olhando, mesmo depois de ter tomado banho, nós vamos encontrar defeitos em nós. Agora, eu acho que poucas vezes este País teve uma mulher da qualidade moral, ética e competência técnica da Dilma”, disse Lula.

Na sequência, o ex-presidente fez menção ao impeachment de 2016.

“A Dilma é uma injustiçada que a elite brasileira resolveu escolher, com todas as críticas possíveis, para poder criminalizar o PT”, afirmou. “Nós, do PT, por mais que alguém possa ter divergência com você, eu admito que alguém do PT possa fazer crítica a você, mas nós do PT não poderemos admitir que nenhum inimigo nosso, que nenhum conservador, que ninguém que represente a elite atrasada, que não defenda a soberania, que não tenha orgulho deste País, possa falar mal de você.”

Dilma disse recentemente nas redes sociais que sua relação com Lula é “inabalável”. A ex-presidenta tem sinalizado que não disputará as eleições deste ano.

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