Política

Eduardo Cunha, de volta ao jogo político, emplaca três aliados em cargos na Prefeitura do Rio

Ex-presidente da Câmara voltou a ser um articulador político importante no estado e já está de olho nas eleições de 2026

Eduardo Cunha abriu o caminho para Lira se tornar o mais poderoso presidente da Câmara - Imagem: Lula Marques/Agência PT
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O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PRD), emplacou três aliados em cargos importantes da Prefeitura do Rio de Janeiro, comandada por Eduardo Paes (PSD). A movimentação foi registrada pelo jornal O Globo nesta sexta-feira 26.

Na Secretaria de Habitação, Cunha conseguiu a nomeação de Marcus Vinícius Medina Costa. Ele será o novo chefe da pasta. Medina Costa foi colega de Cunha no PROS, hoje incorporado ao Solidariedade. Na ocasião, Cunha comandava o diretório em São Paulo e o novo secretário de Habitação dava cartas no Rio. Depois, Medina Costa passou a ser um dos representantes da Dani Cunha, deputada federal e filha do ex-presidente da Câmara, em eventos da Prefeitura, conforme a própria parlamentar registra nas redes sociais. Antes da Habitação, Medina Costa comandava o IplanRio.

O IplanRio, aliás, é outro setor que recebeu um indicado de Cunha na cidade. Michell Verdejo foi o escolhido. Verdejo é antigo funcionário do gabinete de Dani Cunha na Câmara dos Deputados. Ele é dono da Design Thinking Branding Solution (DTBS), empresa na qual foi chefe da filha de Cunha, quando ela ainda não era deputada e atuava apenas como publicitária no ramo político. Desde essa época, Verdejo é um forte aliado de Cunha.

Por fim, o ex-presidente da Câmara também conseguiu emplacar um aliado na RioLuz. Trata-se de Raoni César Ras, antigo vice-presidente da IplanRio. Ele foi um dos responsáveis pela campanha de Dani Cunha nas últimas eleições. É também um antigo aliado de Eduardo Cunha na DTBS, onde trabalhava antes de ser empossado no Rio.

Somados, os três cargos comandam um orçamento de 797 milhões reais, como registra O Globo.

Cunha, conforme mostrou CartaCapital, voltou ao jogo político, tem despachado de um gabinete em Brasília e já movimenta peças de olho nas eleições de 2026. Sua primeira ‘grande atuação’ foi uma tentativa de derrubar a ordem de prisão contra o deputado Chiquinho Brazão. A ação não gerou o resultado esperado, mas deixou explicita a grande influência do ex-deputado entre os parlamentares de Brasília.

No Rio, a prisão Chiquinho pela morte de Marielle Franco também abriu terreno para Cunha voltar a ter prestígio. Ele teria ocupado o vácuo deixado pelo parlamentar após a operação, que terminou com aliados do clã Brazão demitidos da gestão de Eduardo Paes.

Os movimentos em favor de Cunha na Prefeitura, vale frisar, não são por acaso. Paes tem em Cunha um dos pilares de sustentação da sua aliança com a direita para a eleição de outubro deste ano. O prefeito tenta reunir uma frente ampla em torno da sua candidatura. A entrega dos cargos visa sustentar essa aliança. Nesta eleição, Paes já conta com o apoio do PDT, PRD e Republicanos. Ele também tem quase fechada uma aliança com o PT, de onde pode sair o seu vice. Paes trabalha agora para atrair o União Brasil em uma negociação um pouco mais complexa.

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