Política

Eduardo Bolsonaro entregou dossiê de antifascistas aos EUA, diz deputado à Justiça

Documento é diferente do relatório do Ministério da Justiça; segundo Douglas Garcia (PTB-SP), lista tem nomes e fotos de mil pessoas

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Alan Santos/PR
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O deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) afirmou à Justiça que um dossiê com militantes antifascistas foi entregue à embaixada dos Estados Unidos pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A informação foi revelada nesta segunda-feira 10, pelo colunista Rogério Gentile, do portal UOL.

De acordo com o veículo, o dossiê não é o mesmo que o relatório do Ministério da Justiça, também revelado por UOL, que elencou 579 servidores federais e estaduais e três professores universitários.

O documento entregue por Eduardo Bolsonaro, segundo o portal, foi feito informalmente. São 56 laudas, com dados pessoas e fotografias de quase 1 mil pessoas, conforme o UOL. Nessa listagem, as pessoas monitoradas são consideradas “terroristas”.

“Os grupos subversivos e violentos ‘antifas’ atuam em diversos países e, em todos eles, seguem o mesmo modus operandi, que consiste no uso de violência e outros crimes para intimidar, calar e eliminar fisicamente grupos ou indivíduos não alinhados à sua visão política”, disse Douglas Garcia à Justiça, segundo o veículo.

Nas redes sociais, Garcia relembrou um vídeo publicado em 2 de junho, em que ele já relatava o monitoramento dos “autodenominados antifas”, com foto, nome e sobrenome. Na ocasião, ele também chamou os movimentos antifascistas de “grupos de extermínio” e avisou que os denunciaria à embaixada americana, dizendo que estava fazendo um ato de “promoção da cultura de paz e segurança entre as duas nações”.

“Vocês lembram que o senhor presidente Donald Trump, no dia 31 de maio, anunciou que os Estados Unidos da América passarão a reconhecer o grupo antifa como organização terrorista? Pois bem, estou enviando, senhores, para a embaixada dos EUA e alguns consulados aqui no nosso País para que eles tenham ciência: um dossiê com o nome das pessoas em território brasileiro, com suspeitas de associação e participação ativa nesses grupos”, afirmou, na época, citando nominalmente Eduardo Bolsonaro e o deputado estadual Gil Diniz como colaboradores em uma ação conjunta.

Em novo vídeo, nesta segunda-feira 10, Garcia afirmou que “não existe crime nenhum nisso que foi feito” e voltou a admitir que entregou o dossiê aos americanos. Eduardo, que é chefe da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, compartilhou em sua rede uma das publicações de resposta de Douglas Garcia.

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