Política
Diálogo entre Temer e Joesley não foi editado, indica levantamento da CBN
Planalto decide periciar áudios, mas rádio sintonizada antes e depois da conversa com o presidente indica que gravação não foi cortada
Após a divulgação, na noite de quinta-feira 18, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da gravação da conversa entre Joesley Batista e o presidente Michel Temer, o Palácio do Planalto decidiu periciar a gravação feita pelo empresário da JBS. Segundo informações da Folha de S.Paulo, existe a “desconfiança” de que a conversa teria sido editada. Na tentativa de minimizar o conteúdo gravado, o governo Temer, caso comprovada a existência de alguma adulteração, dirá que foi vítima de uma “conspiração”.
Os minutos iniciais e os derradeiros do áudio indicam, no entanto, que não houve cortes no diálogo.
Com um total de 38 minutos e 48 segundos de duração, a gravação tem um começo curioso. Durante os primeiros minutos, escuta-se apenas ruídos do contato entre o gravador e a roupa do empresário e, ao fundo, o noticiário da rádio CBN, sintonizada no carro. Após 1min12 de gravação, a locutora informa aos ouvintes o horário de Brasília: 22h32 de uma terça-feira, 7 de março.
A rádio é ouvida até o minuto 3min55, quando Joesley sai do carro para se encontrar com Michel Temer no Palácio do Jaburu. A transmissão volta a ser ouvida após a conversa com o presidente, quando Joesley volta para o veículo, que continuava com o rádio sintonizado.
Uma reportagem da própria rádio CBN dá uma evidência importante:
“A gravação de Joesley mostra que, quando ele volta para o carro, o rádio do carro em que ele está continuava sintonizado na CBN e o que se escuta é o quadro ‘Nos Acréscimos’ que, naquele dia, começou às 23h08 da noite. Foi o que conseguimos observar nos nossos registros”, disse o locutor, Milton Jung.
“Com isso, é possível determinar que o tempo de gravação é de 38 minutos, o tempo da conversa entre Joesley chegar e sair da casa do presidente foi de 38 minutos, e esse tempo é a íntegra do áudio divulgado na quinta-feira e que comprova que o material não teve nenhuma edição. Portanto, a gente percebe que não teve edição na gravação que foi divulgada, colocada aí do início ao fim”, afirma.
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