Derrota nas urnas é fruto da manifestação do povo, diz Fachin em meio a ataques de Bolsonaro

'Todos sabemos — e não custa repisar nesta oportunidade — que a urna eletrônica nasceu para propiciar eleições seguras', afirmou o presidente do TSE

O ministro Edson Fachin, do STF e do TSE. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, aproveitou a abertura da sessão desta terça-feira 17 para fazer uma nova defesa do sistema eleitoral brasileiro. Ele celebrou os 26 anos de criação das urnas eletrônicas, alvos constantes de ataques e insinuações do presidente Jair Bolsonaro, completados na última sexta-feira 13.

“Todos sabemos — e não custa repisar nesta oportunidade — que a urna eletrônica nasceu para propiciar eleições seguras num país que vivenciava votações que não eram imunes aos signos da fraude, do voto de cabresto, da intervenção humana e da lentidão nos processos de apuração e totalização. Isso não existe mais entre nós”, discursou Fachin. Ele classificou o sistema eleitoral nacional como “moderno, seguro e confiável”.

O TSE concluiu na última sexta a última etapa de testes com ataques controlados aos sistemas das urnas eletrônicas, o chamado Teste Público de Segurança. O balanço da Corte é de que nenhum plano conseguiu alterar votos ou mexer na totalização, e que as melhorias técnicas feitas a partir da etapa anterior foram bem sucedidas.

“Até mesmo hoje, depois do mais recente e sofisticado teste de confirmação, do teste público de segurança, não houve qualquer sucesso nas tentativas de invasão do sistema. Vale dizer, embora todos já o saibamos: as urnas eletrônicas são seguras e seus resultados são fiéis à manutenção da vontade de todo o eleitorado brasileiro com total fidedignidade”, acrescentou Fachin.

Nesta terça, o presidente do TSE ainda afirmou que “as derrotas obtidas nas urnas não são fruto da sua operacionalidade, mas sim da inoponível manifestação do verdadeiro e único titular de todo o poder da República: o povo brasileiro”.

Na segunda-feira 16, Bolsonaro insistiu em lançar dúvidas sobre as eleições – mais uma vez, sem apresentar quaisquer evidências a sustentar as alegações. Aos berros, ele discursou durante a abertura da 36ª Edição da Aspas Show, um evento do setor de supermercados, em São Paulo.


Disse o ex-capitão aos empresários: “Vocês foram excepcionais nessa pandemia, mas tudo pode acontecer. Poderemos ter outra crise. Poderemos ter eleições conturbadas. Imagine acabarmos as eleições e pairar, para um lado, ou para o outro, a suspeição de que elas não foram limpas? Não queremos isso”.

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