Política

Deputado apresenta notícia-crime contra coronel do Exército por mentir à CPMI do 8 de Janeiro

Jean Lawand Junior e Mauro Cid discutiram uma trama golpista para evitar a posse de Lula

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA) ingressou com uma notícia-crime no Ministério Público Federal contra o coronel do Exército Jean Lawand Júnior por falso testemunho.

O militar depôs à CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de Janeiro nesta terça-feira 27. Ele foi flagrado discutindo um golpe de Estado em mensagens de WhatsApp com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

No pedido, o parlamentar afirma que o depoimento de Lawand foi repleto de inconsistências. 

“As mensagens enviadas pelo coronel, via WhatsApp, que tratavam de um possível golpe no País, foram distorcidas por ele mesmo durante a oitiva”, diz o documento. “Se o intuito fosse acalmar os ânimos, as mensagens não precisariam ser tratadas de forma segura, visto que o depoente sugeriu o uso de outro telefone para conversar com o tenente-coronel Mauro Cid, sob suspeita de que estava grampeado.”

Nos diálogos, Cid e Lawand discutiram uma trama golpista para evitar a posse de Lula.

“CID, pelo amor de Deus, o homem [Bolsonaro] tem que dar a ordem”, suplicou Lawand em 10 de dezembro. O mesmo pedido já havia sido feito pelo militar, em áudio, nove dias antes. Naquela ocasião, Cid respondeu que o então presidente não “daria a ordem” por não confiar no ACE, uma alusão ao Alto Comando do Exército.

Na oitiva, Lawand declarou que os atos de terrorismo em Brasília registrados em dezembro de 2022 e em janeiro de 2023 não tinham relação com o plano de golpe debatido com Cid. As alegações do depoente revoltaram parlamentares.

Lawand não negou a troca de mensagens, mas disse que não teria pedido um golpe de Estado ou incentivado a desobediência entre os militares. O teor da conversa, segundo ele, seria marcado apenas por lamentos pessoais.

O militar chegou a dizer que o termo “dar a ordem” seria um pedido para que Bolsonaro se pronunciasse a fim de apaziguar e desmobilizar os acampamentos e os bloqueios de estradas após as eleições.

Durante a sessão, parlamentares disseram que o militar poderia ser preso por falso testemunho. Ao final da oitiva, o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), afirmou considerar que Lawand mentiu ao colegiado, mas disse que não decretaria sua prisão por ser “um legalista”.

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