Justiça

Deputado aciona TCU para apurar gasto de R$ 700 mil no cartão corporativo em férias de Bolsonaro

Elias Vaz (PSB-GO) quer investigação sobre valores usados entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021

Foto: Ernesto Benavides/AFP
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O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), agora secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, encaminhou ao Tribunal de Contas da União uma representação que cobra a instauração de uma investigação, por meio de procedimento administrativo, para apurar gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

De acordo com o parlamentar, foram observado um gasto com hospedagens superior a 700 mil reais no cartão corporativo durante o período de férias, enquanto o Gabinete de Segurança Institucional havia informado a aplicação de um valor inferior, de R$ 202.538,21, em passagens aéreas e diárias aos militares que fizeram a segurança do então presidente.

Para Vaz, houve um “volume elevado de despesas” sem explicações. Somente no município de Guarujá (SP), Bolsonaro gastou 493.057,56 mil reais com a empresa Hotur São Paulo Participações e Empreendimentos LTDA., o Ferraretto Hotel Guarujá, de quatro estrelas. Foram oito dias de hospedagem, entre os dias 28 de dezembro de 2020 e 4 de janeiro de 2021, o equivalente a 61.632,20 mil reais por dia, segundo a representação.

Entre os dias 18 e 23 de dezembro, nos municípios de São Francisco e Itajaí, em Santa Catarina, foram observados gastos em 157.540,12 reais, o equivalente a 26.256,69 reais por dia. Os recursos foram utilizados em despesas no Hotel Villareal São Francisco do Sul, no Novotel Itajaí, e no Mercure Joinville Prinz, todos hotéis de quatro estrelas.

Vaz também aponta para gastos com hospedagens em municípios fora da rota direta das férias. Ou seja, Bolsonaro se dirigia para um destino, enquanto gastava com hospedagens em outra localidade.

Ele observou a aplicação de 3.680 reais com a Nobile Suítes Monumental, em Brasília, entre os dias 18 e 30 de dezembro, e de 34.250 reais, no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 30 de dezembro, nos seguintes hotéis: Novotel Rio de Janeiro Barra da Tijuca, Novotel Rio de Janeiro Leme, Hotel Vila Rica Flat em Resende e Hotel da Academia das Agulhas Negras. Outros 14.946,75 reais aparecem em gastos em São Paulo, no Hotel Mercure São Paulo Times Square, no dia 28 de dezembro.

Além dos gastos com hospedagens, o congressista aponta valores usados em refeições, itens de padarias e supermercado. A representação indica compras um determinado município, enquanto o então presidente da República se encontrava em outro lugar.

Por fim, Vaz também questiona gastos com duas empresas de eventos. Ele anotou a aplicação de 41.890 reais com companhias de promoção de eventos em Santos (SP) e São Francisco do Sul (SC), no período de férias.

Em Santos, foram 34.090 reais gastos com a empresa YPS Eventos, que promove eventos esportivos. Em tese, a companhia teria fornecido bens móveis durante a estadia de Bolsonaro no Guarujá. Já em São Francisco do Sul, a empresa Picos e Cia – Bosso Aluguel de Palcos e Coberturas LTDA teria recebido 7,8 mil reais. O serviço teria sido o de fornecimento de bens móveis para a estadia no município, mas o parlamentar afirma que a empresa atua no segmento de locação de palcos e estruturas para shows, festas e casamentos.

No Twitter, Elias Vaz reforçou os questionamentos: “Quem gastou esse dinheiro? É preciso passar um pente fino nessa farra com o dinheiro público”, escreveu. A representação foi encaminhada ao ministro Bruno Dantas.

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