Política

Cúpula da Abin realiza reunião durante operação; PF convoca servidores para depor

Suspeitas de intervenção da Abin nas investigações reforçam a pressão para o presidente Lula (PT) alterar a cúpula da agência

Foto: Abin/Reprodução
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A cúpula da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, realizou uma reunião enquanto a Polícia Federal deflagrava uma operação nesta quinta-feira 25 para investigar o suposto esquema para espionar desafetos da gestão Bolsonaro.

Em resposta, a PF intimou três funcionários da Abin para entender o teor da reunião. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Na reunião Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Abin, teria expressado sua insatisfação com a participação da corregedoria do órgão e da Controladoria Geral da União na operação.

As suspeitas de intervenção da Abin nas investigações reforçam a pressão para o presidente Lula (PT) alterar a cúpula da agência.

Atualmente, a cúpula da Abin se divide assim:

  • diretor-geral: Luiz Fernando Corrêa;
  • diretor-adjunto: Alessandro Moretti; e
  • secretário de Planejamento e Gestão: Rodrigo de Aquino.

Entenda a operação da PF

A Polícia Federal cumpriu, na manhã de quinta-feira 25, mandados de busca e apreensão em endereços ligados a suspeitos de participar de um esquema ilegal de espionagem, que monitorava cidadãos comuns e autoridades.

Segundo os investigadores, o grupo utilizava de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

Um dos alvos da operação seria o ex-diretor da Abin e atual deputado federal, Alexandre Ramagem, que comandou a agência de inteligência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A operação deflagrada, chamada de “Vigilância Aproximada”, é um desdobramento da operação “Primeira Milha”, iniciada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta “FirstMile”.

O dispositivo, de origem israelense, foi usado pela gestão Bolsonaro para monitorar ilegalmente a localização de inimigos políticos do ex-capitão, servidores públicos, jornalistas e até mesmo juízes. À época, a Abin confirmou que utilizou a tecnologia.

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