Política

Conservadores só se unem pela destruição do Estado, diz Lula

Em coletiva no Ceará, petista afirma que ‘o Centrão não é um partido político’, mas um bloco recriado para deter avanços sociais

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Reprodução
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Em comentário sobre os seus diálogos com o Centrão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou partidos conservadores que, segundo ele, somente se unem pela “destruição do Estado”. A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa neste sábado 21, em Fortaleza, no Ceará, junto ao governador Camilo Santana (PT).

Lula dizia que o Centrão “não é um partido político”, mas sim um bloco de partidos que se juntam em momentos específicos, desde a elaboração da Constituição de 1988. Nos tempos recentes, afirmou, o Centrão foi recriado para aprovar o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e para sustentar o governo de Jair Bolsonaro.

“Ou seja, toda vez que está acontecendo alguma coisa no Congresso Nacional, as pessoas mais conservadoras se juntam na tentativa de evitar que a sociedade avance socialmente e para significar a destruição do Estado”, criticou. “Eles só se juntam para privatizar. Não importa o que estão privatizando, eles querem privatizar.”

Na sequência, Lula afirmou que promoverá o diálogo com setores do Centrão, por considerar que o bloco é um “conjunto de médios partidos com interesses outros”.

“Não tenho veto ideológico para conversar”, disse. “Não tenho preconceito de conversar com pessoas que sejam mais à direita, mais à esquerda, mais ao centro. Ou seja, eu converso, porque é da conversa que a gente pode tirar proveito de alguma coisa que a gente ainda não saiba.”

Em um eventual governo do PT, após 2022, Lula disse que é preciso do apoio do Congresso para reformar a política tributária e taxar as classes mais ricas com impostos sobre a renda, para a construção de fundos de atendimento à população mais pobre.

Em relação a Bolsonaro, o petista criticou a falta de diálogo entre o Palácio do Planalto e os estados e municípios.

“Um presidente que não conversa com governador, não conversa com prefeito, não gosta de negro, não gosta de índio, não gosta do povo LGBT, não gosta de sindicalista, não gosta de universidade, não gosta de estudante. Ou seja: esse cara, efetivamente, acredita que a Terra é plana”, declarou.

Lula também criticou o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por declarações sobre “universidades para poucos” e “crianças com deficiência atrapalham”, e disse que há “desmonte” em áreas como educação, cultura e na diplomacia no exterior.

Conforme mostrou reportagem de CartaCapital, Lula percorre o Nordeste para reorganizar as forças progressistas na região, com vistas na candidatura do PT para o governo de quatro estados e na aliança com demais partidos em outras localidades. Na agenda, estão encontros com lideranças de partidos como Republicanos, PP e PSD.

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