Mundo
Combate à extrema-direita será tema central da reunião entre Lula e Biden nos EUA
Ainda estará na pauta da agenda bilateral uma atuação conjunta para enfrentar desafios globais, segundo a Casa Branca
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está “ansioso” para receber o presidente Lula (PT) em Washington, em 10 de fevereiro, segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca nesta terça-feira 31.
O texto é assinado por Karine Jean-Pierre, porta-voz governo norte-americano.
“Durante o encontro na Casa Branca, os dois presidentes discutirão o apoio inabalável dos Estados Unidos à democracia brasileira e como os dois países podem continuar trabalhando juntos para promover a inclusão e os valores democráticos na região e no mundo”, diz o documento.
Ainda estará na pauta da agenda bilateral, segundo a gestão Biden, uma atuação conjunta para enfrentar desafios como o combate às mudanças climáticas, a garantia de segurança alimentar, o estímulo ao desenvolvimento econômico e o fortalecimento da paz e da segurança globais.
A referência indireta ao combate à extrema-direita se explica pela conjuntura política no Brasil e nos Estados Unidos. Nesta manhã, Lula reforçou a importância de manter ativas a luta e a vigilância contra o fascismo no País. Em discurso a movimentos sociais, ele citou a escalada da violência – a exemplo dos atos golpistas de 8 de janeiro – como prova de que Jair Bolsonaro (PL) e seus radicais ainda não estariam completamente derrotados.
“Isso [terrorismo no Distrito Federal] é apenas uma demonstração de que nós tivemos uma vitória eleitoral, ganhamos uma eleição, mas a causa que nos fez chegar aqui ainda está engatinhando para que a gente possa conquistar”, afirmou o petista. “Nós derrotamos um presidente, mas ainda não derrotamos o fascismo que foi impregnado na cabeça de milhões de brasileiros, que se posicionaram no dia 8 com a quebradeira que aconteceu aqui.”
Nos Estados Unidos, Donald Trump se mostra cada vez mais comprometido com a tentativa de voltar à presidência nas eleições de 2024. No último sábado, ele promoveu comícios em New Hampshire e Carolina do Sul e declarou que o pleito seria a última oportunidade de salvação para o país.
O republicano voltou a alegar, sem qualquer prova, que a eleição vencida por Biden em 2020 teria sido “roubada”. Também retomou suas declarações sobre segurança pública e imigração e prometeu salvar a nação “da destruição por parte de um sistema político corrupto, radical e egoísta”.
“Hoje estou mais furioso e mais decidido do que nunca”, emendou Trump no fim de semana.
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