Política

‘Cobre da Petrobras’, diz Bolsonaro à Justiça sobre alta dos combustíveis

‘Seria uma boa ação’, afirmou o ex-capitão, em meio a atritos com o general que comanda a petroleira

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado do presidente dos Correios, Floriano Peixoto. Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que a Justiça cobre da Petrobras explicações sobre o aumento nos preços dos combustíveis, durante transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira 17.

O ex-capitão comentava a determinação judicial para que o governo explique a alta surpreendente nos valores desde a semana passada. A decisão também citava a Advocacia-Geral da União e o próprio presidente da estatal, o general Joaquim Silva e Luna.

Na live, Bolsonaro argumentou que não tem “ascendência” sobre a Petrobras e disse que não pode demitir o presidente da estatal, porque a empresa operaria de forma “independente” do governo.

“Se eu quiser trocar hoje o presidente da Petrobras, eu não posso trocar. Se eu quiser trocar hoje um diretor da Petrobras, eu não posso trocar. A Petrobras é praticamente independente. Então cobrem da Petrobras. Seria uma boa ação por parte de vocês”, declarou Bolsonaro.

O presidente da República deu sinais nos últimos dias de que poderia demitir o general Silva e Luna do cargo. Em discurso no Planalto, chegou a reclamar do fato de a estatal não ter esperado mais alguns dias para anunciar o reajuste no preço dos combustíveis.

Segundo Bolsonaro, se a Petrobras tivesse aguardado, teria dado a oportunidade para que o governo freasse a alta nos preços por meio da mudança na arrecadação do ICMS, que foi publicada no Diário Oficial da União na semana passada. As alterações na cobrança do ICMS, porém, afetam diretamente a receita dos estados e causam irritação nos governadores.

Bolsonaro tem afirmado que o reajuste não é de “responsabilidade” do governo, mas quando a Petrobras anuncia lucros, o chefe do Planalto reivindica os créditos à sua gestão. Em 2021, a petroleira informou o lucro recorde de 106,6 bilhões, em meio a críticas de especialistas sobre o enriquecimento dos acionistas.

Na semana passada, o Senado aprovou um convite para que Silva e Luna explique aos parlamentares a distribuição dos dividendos pela estatal. A audiência ocorrerá na Comissão de Assuntos Econômicos, ainda sem previsão de data.

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