Economia

Em meio a nova alta nos combustíveis e inflação de dois dígitos, Bolsonaro volta a mentir: ‘Nossa economia está reagindo muito bem’

Apesar do que afirma o ex-capitão, o Brasil amarga atualmente uma inflação de 11,73% em 12 meses, longe de ser uma das menores no mundo

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a mentir nesta segunda-feira 20 sobre a real situação econômica vivida pelo Brasil sob sua gestão.

Segundo defendeu em evento promovido pelo Ministério da Educação, o País estaria reagindo ‘muito bem’ na Economia, sendo um dos melhores do mundo. As afirmações não encontram sustentação na realidade.

“[Ações do governo] estão acontecendo e fazem com que a nossa economia esteja reagindo muito bem. É uma das melhores do mundo”, destacou Bolsonaro sem muita profundidade.

A declaração repete a mentira já contada em outras ocasiões. Apesar do que afirma o ex-capitão, o Brasil amarga atualmente uma inflação de 11,73% em 12 meses e está longe de ser uma das menos graves do mundo.

O resultado, de acordo com levantamento da Trading Economics, plataforma que reúne e analisa os dados oficiais de quase 200 países, o Brasil de Bolsonaro tem a quarta pior posição do G-20 quando o assunto é inflação. Apenas Turquia, Argentina e Rússia vivem situações piores que a brasileira. O atual resultado também mostra o País como o sexto pior desempenho no continente americano, atrás de nações como Venezuela, Suriname, Argentina, Haiti e Cuba.

O País também convive com um dos piores momentos nos preços de itens básicos para sua rotina, como os combustíveis, que afetam toda a cadeia produtiva nacional. A recente alta nos preços levou José Mauro Coelho a se demitir do posto de presidente da Petrobras. Essa será a quarta troca no cargo promovida pelo atual governo. O caos na estatal foi ignorado por Bolsonaro durante sua participação no evento desta segunda-feira.

Paulo Guedes

Mais cedo nesta segunda-feira, Paulo Guedes, ministro da economia, fez análise semelhante em evento de comemoração dos 70 anos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES). Conforme destacou o País estaria ‘dessincronizado’ com os demais ao redor do globo. Para ele, enquanto outros irão ‘baixar’, o Brasil tem ‘vitamina’ para subir.

“Do ponto de vista da economia mundial, veremos dias bem piores à frente. Os países vão rever crescimento para baixo”, defendeu. “[Mas] Não acreditem que se lá afundar nós estamos perdidos, não é verdade. Nós temos vitamina para crescer. Brasil tem dinâmica própria de crescimento”, acrescentou Guedes.

A afirmação, apesar de parecida com a proferida por Bolsonaro, vai de encontro com tentativas recentes do ex-capitão de desvincular do seu governo a parcela de culpa pelos preços dos combustíveis. Bolsonaro tem defendido que ‘está ruim’ para todo mundo e, por isso, não poderia ser apontado como culpado pelo péssimo desempenho no item. Guedes, como se vê, defende o contrário, ao afirmar que não estaríamos em sincronia com o restante do globo.

Negacionismo

Além da mentira sobre a economia brasileira, Bolsonaro também voltou a mentir sobre a pandemia. Segundo defendeu aos presentes no evento desta segunda, durante a pandemia, não houve registros de necessidade de UTI para crianças infectadas pela doença. A afirmação não é verdadeira. Apenas para citar um exemplo, em janeiro deste ano, o Brasil via saltar em até 85% em alguns estados a necessidade de leitos infantis nas UTIs pelo avanço da Covid no País.

 

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