Economia

CVM abre processo contra Petrobras após nova troca de presidente

A Comissão de Valores Mobiliários irá analisar se a divulgação da troca de comando da empresa seguiu as regras estabelecidas para empresas com ações na Bolsa

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu novo processo de investigação contra a Petrobras após a renúncia do presidente da empresa, José Mauro Coelho, confirmada nesta segunda-feira 20. As informações sobre o processo são do jornal Folha de S. Paulo.

A nova apuração da CVM busca analisar se a divulgação da troca de comando da empresa seguiu as regras estabelecidas para empresas com ações na Bolsa de Valores. Os comunicados ao mercado precisam seguir um regramento rígido já que impactam diretamente nas negociações de ações das empresas.

A CVM, conforme registra o jornal, não comenta o teor do processo aberto nesta segunda-feira. O foco, no entanto, é o comunicado emitido por volta das 10 horas da manhã que confirmava a saída de Coelho do comando da estatal.

A saída do presidente fez com que as negociações de ações da Petrobras fossem temporariamente suspensas. A retirada temporária das ações da Bolsa é comum em casos de movimentação que pode gerar impacto prejudicial nas negociações. No fim de semana, Bolsonaro, ao subir o tom e aumentar a pressão sobre Coelho, estimou uma perda de 30 bilhões de reais no valor de mercado da Petrobras.

Vale ressaltar ainda que este não é o primeiro processo aberto pela CVM para investigar os comunicados emitidos pela Petrobras. A ação desta segunda é a quinta de mesmo teor em 2022. Apurações semelhantes foram abertas durante as saídas de Joaquim Silva e Luna e de Roberto Castello Branco da presidência da estatal.

Após confirmar a demissão de Coelho nesta segunda-feira, o nome de Caio Paes de Andrade, assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a ser cogitado para assumir o comando da estatal de forma imediata. Ele é, desde março, o indicado de Bolsonaro ao posto. Minutos depois, no entanto, a estatal anunciou o diretor executivo de Exploração e Produção, Fernando Borges, como presidente interino na função.

A expectativa, por ora, é que Borges leve o nome de Paes até o mais alto posto de comando da estatal. Para isso, ele tem em mãos duas opções. A primeira, é Paes ser nomeado como conselheiro-tampão no lugar de Coelho e, em seguida, indicado pelo grupo para o cargo de presidente interino. A outra alternativa é Borges nomear Paes como diretor da empresa e então levado ao comando.

Nos dois casos, o nome de Paes precisa ainda ser aprovado de forma definitiva pela assembleia geral extraordinária de acionistas. Ele será o quarto presidente da Petrobras na gestão de Bolsonaro. As trocas foram avaliados pela oposição como ‘cortinas de fumaça’ criadas pelo ex-capitão para esconder sua responsabilidade sobre os aumentos de preço dos combustíveis.

 

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