Política

Bolsonaro só mobilizou a própria base, avalia cientista político sobre o 7 de Setembro

Para Josué Medeiros, da UFRJ, o presidente perdeu a oportunidade de ampliar o diálogo com setores da sociedade que vão além dos seus militantes

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, durante comemoração da Independência do Brasil em Copacabana, no Rio de Janeiro - Foto: AFP
Apoie Siga-nos no

A participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas comemorações do Bicentenário da Independência em Brasília e no Rio de Janeiro evidenciou o isolamento político do ex-capitão. A avaliação é do cientista político Josué Medeiros, da UFRJ, em contato com CartaCapital.

Para o professor,  Bolsonaro perdeu a oportunidade de ampliar o diálogo com setores da sociedade que vão além dos seus militantes.

Na capital federal, o presidente usou o evento para atacar o ex-presidente Lula (PT), criticar ministros do Supremo Tribunal Federal e desacreditar as pesquisas eleitorais. O ex-capitão ainda fez declarações machistas. Já em Copacabana, Bolsonaro defendeu empresários golpistas e centrou sua artilharia na esquerda.

“Acho que ele [Bolsonaro] sai menor. Os atos foram grandes, a gente não precisa negar essa realidade, mas ele só mobilizou a própria base. E ele sai muito isolado, pois não teve nenhum aliado importante da política”, observou Medeiros. “Ele não tinha nenhum presidente do Congresso e nenhum ministro do STF”.

O cientista político, no entanto, destaca as comemorações de hoje reforçam a militância do ex-capitão, mas não atinge o principal objetivo que é torná-lo um candidato mais competitivo contra Lula.

“O problema [para ele] é que o discurso do ato de hoje não amplia, ele só mobiliza a própria base, mas não consegue mais votos”, disse o professor. “Então é insuficiente para ameaçar o Lula ou mudar o quadro eleitoral”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo