Política

Bolsonaro é reprovado por 53%, diz Datafolha

Só Collor, em 1992, teve reprovação pior que a de Bolsonaro durante um primeiro mandato, com 68% de avaliações negativas

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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A reprovação do presidente Jair Bolsonaro (PL) segue no patamar mais alto desde que assumiu a presidência: 53% de avaliações negativas. O volume repete o recorde de rejeição registrado pelo Datafolha em setembro. A nova pesquisa do instituto foi divulgada nesta sexta-feira 17.

O levantamento também confirma, consequentemente, a baixa aprovação do presidente, com apenas 22% indicando algo de positivo no atual governo; 24% ainda disseram que a forma como Bolsonaro governa o Brasil pode ser considerada regular.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que divulgou os índices da pesquisa, só Fernando Collor teve reprovação pior do que a de Bolsonaro para um presidente em seu primeiro mandato. Em 1992, o político tinha 68% de avaliações negativas ao seu governo. Ao fim daquele ano, ele deixou o cargo antes que um processo de impeachment formalizasse sua saída.

Na estratificação da pesquisa, Bolsonaro tem um desempenho inverso entre os empresários, único grupo em que ele tem mais aprovação do que rejeição. Ao todo, 50% do segmento marcaram que o atual presidente é bom ou ótimo e só 36% indicaram ver o ex-capitão como um governante ruim ou péssimo.

Entre empresários, Bolsonaro protagonizou ao menos dois episódios nos últimos dias que explicam parte do apoio do grupo. Em 7 de dezembro, durante um evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente afirmou que seu ‘governo deve favores’ aos empresários, lamentou as dificuldades em ser patrão no Brasil e defendeu a queda das normas de segurança do trabalho e da fiscalização que combatem o trabalho escravo. Disse, inclusive, estar trabalhando para acabar com as normas regulamentadoras que sobreviveram ao seu governo.

Dias depois, na noite do dia 15 de dezembro, em novo evento com o empresariado, confessou ter interferido no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, para beneficiar uma obra do bolsonarista Luciano Hang, dono da Havan. O crime confessado por Bolsonaro em favor de um empresário foi aplaudido pela plateia reunida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segundo o Datafolha, em todos os outros segmentos sociais, o ex-capitão tem um desempenho ruim, semelhante ao registrado no resultado geral da pesquisa. O destaque fica a cargo da região Nordeste, em que sua rejeição chega a 58%, e entre as camadas mais jovens, de 16 a 24 anos, por quem é reprovado por 59%.

O mesmo levantamento apontou nesta quinta-feira 16, vitória do ex-presidente Lula (PT) nas projeções eleitorais para 2022. Bolsonaro mantém um segundo lugar ainda distante do petista, mantendo um patamar de pouco mais de 20% e rejeição a de 60% a sua candidatura. Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) disputam o terceiro lugar.

O Datafolha ouviu presencialmente 3.666 pessoas em 191 cidades entre 13 e 16 de dezembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.

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