Política

Bolsonaro está colhendo resultados do momento, mas a distância para Lula deve estabilizar, avalia cientista político

Para Josué Medeiros, uma aliança PT-PSB pode mudar o cenário eleitoral e levar o petista para uma vitória em primeiro turno

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Apesar da pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira 24 aponta uma leve recuperação eleitoral de Jair Bolsonaro. A distância entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, deve se manter estável daqui em diante. A avaliação é do cientista político Josué Medeiros, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Conforme o levantamento, Lula agora aparece com 43% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 26%. Na pesquisa anterior do instituto, feita ainda em 2021, Lula oscilava tinha 47% e 48%, e Bolsonaro entre 21% a 22%.

Para o pesquisador, a recuperação de terreno por parte o ex-capitão está relacionada com um cenário atual mais estável. 

“Ele está colhendo os resultados do Auxílio Brasil, do aumento da agenda dele de inauguração de obras e da estabilização da pandemia”, avalia. No entanto, a persistência da alta da inflação pode segurar o crescimento de Bolsonaro nos próximos meses.

A diminuição da distância entre Lula e Bolsonaro nas pesquisas, avalie ela, é fruto também de uma baixa exposição do ex-presidente Lula até o momento. 

“Ele não tem aparecido para o grande público, está restrito as articulações partidárias e reuniões com movimentos.” 

“Eu acredito que com o fim da janela de mudanças partidárias o Lula vai botar o bloco na rua e recuperar o terreno perdido nessa pesquisa”, conclui o pesquisador que acredita que a distância entre os dois tende a se estabilizar com Lula no patamar dos 45% e Bolsonaro com 25% até o início das campanhas eleitorais. 

Para Medeiros, as eleições de 2022 devem ser ainda mais polarizadas que a anterior e podem ser definidas ainda em primeiro turno. 

“Do ponto de vista dos partidos, vale prestar atenção no que o Kassab fará. Se o Lula conseguir formalizar uma aliança com o PSD agora, consolida um movimento para resolver no primeiro turno”, afirma.

Ele vê avalia que a terceira via está disputando uma corrida quase perdida. 

“Desde maio de 2021 que as pesquisas mostram a força da polarização entre Lula e Bolsonaro. Os dois juntos somam sempre 70% das intenções de voto, são esponjas de votos e vão sugar os votos da terceira via cada vez mais. Veja o Ciro, com apenas 6% e totalmente isolado. Deve cair ainda mais quando a campanha começar.”

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