Política

Bolsonaro entrou em ação para derrubar a reforma tributária, mas sofreu mais uma derrota

Além de uma ‘traição’ interna, o ex-presidente viu a PEC receber uma votação expressiva

Foto: Sergio Lima / AFP
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A aprovação da PEC da reforma tributária pela Câmara dos Deputados, na madrugada desta sexta-feira 7, representa mais uma derrota para o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Uma semana depois de ser condenado a oito anos de inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral, ele mergulhou de cabeça na articulação para seu partido, o PL, votar integralmente contra o texto. A tentativa, porém, falhou: 20 dos 99 deputados da sigla votaram a favor da reforma no primeiro turno e 18 no segundo.

Além da “traição” interna, Bolsonaro viu a reforma tributária receber uma votação expressiva: 382 votos favoráveis na primeira rodada e 375 na segunda.

A postura do ex-capitão gerou problemas até para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), alvo de vaias em uma reunião do PL, nesta quinta-feira 6, por não se opor à reforma tributária.

Em um trecho do encontro, compartilhado por bolsonaristas nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que “nós temos que ter alguns dias a mais para chegar num consenso”. A declaração foi aplaudida pela plateia. Na sequência, o ex-presidente devolveu a palavra a Tarcísio.

Pouco depois, Bolsonaro interrompeu Tarcísio mais uma vez e disse que “se o PL estiver unido, não aprova nada”.

“O que eu estou querendo explicar – e estou vindo aqui com humildade – é que acho arriscado para a direita abrir mão da reforma tributária”, arriscou o governador, para mais uma vez ser alvo de reclamações dos presentes. “Tudo bem, gente, se vocês acham que a reforma tributária não é importante, não votem”, emendou.

Na terça 4, pelas redes sociais, Bolsonaro já havia chamado a reforma de “um soco no estômago dos mais pobres” e estimulado os 99 deputados do PL a votarem contra a PEC.

Outro antigo aliado de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), relembrou a derrota do ex-presidente em 2022 ao defender a reforma tributária no plenário, nesta quinta.

Antes da votação, Lira fez um discurso com críticas ao que chamou de “radicalismo político” e pediu que os colegas vissem a reforma como uma medida de Estado, e não fruto de embates partidários.

“Não nos deixemos também levar pelo que sempre critiquei: o radicalismo político”, afirmou. “O povo brasileiro está cansado disso. As eleições já ocorreram, os vitoriosos como nós estão no poder. Lembro a vocês que o meu candidato que apoiei nas eleições perdeu a eleição presidencial.”

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