Política

Bolsonaro admite que voto impresso deve ser derrotado na Câmara

Para justificar a derrota, o presidente acusa o ministro Barroso de ‘intimidar’ e ‘apavorar’ os deputados pela reprovação

Foto: Sergio Lima / AFP
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta segunda-feira 9 que a proposta de voto impresso deve ser reprovada na Câmara dos Deputados nesta semana. A declaração foi dada em entrevista à rádio Brado, da Bahia, em que Bolsonaro acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, de ‘intimidar’ e ‘apavorar’ os deputados para votarem contra a proposta.

“Se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta. Porque o ministro Barroso apavorou alguns parlamentares e tem parlamentar que deve alguma Justiça, que deve no Supremo, né?”, afirmou.

Mais adiante na entrevista, Bolsonaro atribuiu a provável derrota à atuação do ministro e acusou Barroso de interferir no Legislativo e promover intimidação aos parlamentares.

“O Barroso apavorou. Foi para dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”, acusou.

Segundo o mandatário, o ministro seria o grande responsável pela mudança na orientação de voto de alguns partidos. Até poucas semanas atrás, a base bolsonarista considerava que a proposta seria de fácil tramitação no Congresso.

“Alguns partidos que no passado foram favoráveis agora são contrários. Parece que o poder de persuasão, de intimidação, do Barroso está fazendo a diferença dentro do parlamento brasileiro”, destacou.

A PEC do voto impresso será apreciada em plenário ainda nesta semana, conforme prometeu o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. A tendência é de que o projeto seja reprovado, conforme analisaram integrantes da oposição a pedido de CartaCapital. Presidentes de partidos e parlamentares bolsonaristas também já antecipam a derrota.

Lira, em entrevista nesta manhã, destacou que Bolsonaro precisará respeitar a decisão dos deputados.

“Temos que ter o compromisso em relação ao respeito do resultado. […] O presidente Bolsonaro em uma ligação telefônica me garantiu que respeitaria o resultado do plenário. Eu espero respeito e obediência ao que o plenário da Câmara definir”, afirmou o parlamentar.

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