Economia
Bolsonarista apresenta projeto para dificultar chegada de Dilma ao Banco dos Brics
Segundo o texto de Rogério Marinho (PL-RN), a indicação só se concretizaria mediante a aprovação de no mínimo 41 senadores
O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição na Casa Alta, protocolou um projeto de lei a fim de dificultar o trâmite de indicações do presidente da República para o comando de instituições financeiras bilaterais ou multilaterais.
Trata-se, na prática, de um texto que tenta dificultar a chegada de Dilma Rousseff (PT) à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como Banco dos Brics.
O presidente Lula (PT) viajará a Pequim, na China, na segunda quinzena de março e tem a expectativa de contar com Dilma na comitiva. Assessores do governo afirmam que a indicação da petista já tem o aval de membros do Brics.
Segundo o texto de Marinho, a nomeação só se concretizaria mediante a aprovação de no mínimo 41 senadores. Até aqui, cabe ao Conselho dos Governadores do banco definir os representantes.
Mesmo sem a aprovação do projeto de lei, a oficialização de Dilma no NDB depende de o diplomata Marcos Troyjo, atual presidente do banco, renunciar. Indicado ao cargo por Bolsonaro, ele tem um mandato válido até 2025.
Conforme a redação protocolada por Marinho, uma substituição no comando das instituições também teria de ser chancelada pelo Senado.
O NDB tem o objetivo de mobilizar recursos para investir em projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em mercados emergentes. A estratégia do banco para o período entre 2022 e 2026 é intitulada Aumentar o Financiamento do Desenvolvimento para um Futuro Sustentável.
“Para cumprir nosso propósito, apoiamos projetos nos setores público e privado por meio de empréstimos, investimentos de capital e outros instrumentos sob medida”, diz o banco.
As áreas de operação do NDB se dividem em:
- Energia Limpa e Eficiência Energética
- Infraestrutura de transporte
- Água e saneamento
- Proteção do meio ambiente
- Infraestrutura social
- e Infraestrutura digital
O NDB foi fundado em 2014 com capital autorizado de 100 bilhões de dólares e capital inicial de 50 bilhões, com contribuições igualmente distribuídas entre os cinco membros fundadores.
A instituição está sediada em Xangai, na China, onde Dilma deve passar a morar se assumir a presidência. O primeiro escritório regional do NDB foi aberto em Joanesburgo, na África do Sul. Em 16 de fevereiro, Lula confirmou, em entrevista à CNN Brasil, o desejo de indicar a ex-presidenta.
“Se depender de mim, ela vai ser [presidenta do banco]. A Dilma é uma figura extraordinária. Se eu não tivesse sido presidente e tivesse sido ministro político da Dilma, não teria acontecido o que aconteceu. Acho que faltou um pouco de conversa, de paciência, mas ela é uma mulher extraordinária, digna de muito respeito, e o PT adora ela”, afirmou o presidente. “Ela é muito competente tecnicamente. Se for presidenta do Banco do Brics, será uma coisa maravilhosa para os Brics e para o Brasil.”
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