Política

Barros movimentou valores incompatíveis com seu patrimônio, aponta Coaf

O relatório aponta ainda que o deputado é investigado em outros crimes, como corrupção, formação de quadrilha, fraude e lavagem de dinheiro

Ricardo Barros (Foto: Alan Santos/PR) Ricardo Barros (Foto: Alan Santos/PR)
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As movimentações financeiras do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, foram consideradas incompatíveis com o patrimônio que o parlamentar declara, conforme aponta um relatório recente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf. As informações são do jornal O Globo.

Segundo o Coaf, só no mês de março deste ano, Barros já transferiu 418 mil reais entre suas contas, o equivalente a 94% de todo o seu patrimônio declarado, de 446 mil reais. O órgão que busca esquemas de lavagem de dinheiro apontou que os valores representariam uma movimentação de mais de 169 mil reais acima da capacidade financeira do parlamentar.

No documento, o conselho ainda indica que os valores foram movimentados entre familiares e funcionários próximos a Barros, a maior parte com saques em dinheiro vivo e sem justificativas de ‘eventos econômicos’.

Ao todo, o líder do governo transferiu dinheiro entre 13 pessoas físicas e 24 empresas das quais ele é sócio. Uma testemunha que administra algumas das contas jurídicas, ouvida pelo Coaf, alega que parte do dinheiro é relativa a venda de imóveis, usada posteriormente para pagar empréstimos entre as empresas.

O relatório aponta também que o deputado é investigado em outros crimes, como corrupção passiva, crime eleitoral e crimes contra a administração pública, além de formação de quadrilha, fraude, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e lavagem eleitoral. Barros ainda está no centro das suspeitas de corrupção envolvendo a compra de vacinas pelo governo Bolsonaro, investigadas pela CPI da Covid no Senado Federal.

Barros se justificou dizendo que ‘todas as movimentações financeiras pessoais ou referentes às empresas são compatíveis com a renda [declarada] e são operações dentro da normalidade’. O deputado acrescentou ainda que “não há relação entre movimentação financeira e patrimônio declarado. São coisas incomparáveis”, alegando que sua tese de defesa já teria sido acatada pela Receita Federal.

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