Economia

As mentiras sobre o BNDES contadas pelo bolsonarismo, segundo Lula

O presidente afirmou que o banco foi alvo de uma campanha de difamação pela extrema-direita no processo eleitoral

Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
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O presidente Lula (PT) aproveitou boa parte do seu discurso no evento de posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES para denunciar e rebater a campanha de difamação bolsonarista contra o banco. Segundo o petista, o processo eleitoral fez circular uma série de alegações falaciosas.

“Parem de mentir sobre o BNDES e entendam que ele é a mais importante agência de desenvolvimento que este País criou”, afirmou Lula no evento, realizado no Rio de Janeiro. “Esse banco prestou enormes serviços ao povo e vai continuar prestando.”

Segundo o presidente, o banco foi usado pelo bolsonarismo para que o ex-capitão pudesse angariar votos. A ação teria gerado, inclusive, prejuízos aos cofres públicos.

A primeira mentira

Lula destacou, nesta segunda-feira, que a primeira fake news contada pelo bolsonarismo sobre o banco foi a de que o BNDES seria uma caixa preta. A afirmação falsa gerou um prejuízo, segundo Lula, superior a 40 milhões de reais para o erário.

“De tanto martelarem isso na cabeça das pessoas, o banco teve que gastar 43 milhões numa auditoria internacional e o resultado foi, para a decepção dos caluniadores, que nada de irregular foi encontrado nas operações”, relatou.

O petista ainda culpou parte da mídia pelo prejuízo, porque esses veículos teriam privilegiado a mentira, quando deveriam ter buscado o contraponto ao discurso da extrema-direita.

A segunda fake news

Outra mentira contada pelo bolsonarismo sobre o BNDES, destacou Lula, diz respeito ao modelo de financiamento de obras em outros países. De acordo com o presidente, aliados de Bolsonaro fizeram com que parte da população acreditasse que o PT entregou recursos públicos para nações estrangeiras sem garantias de pagamento.

“O BNDES nunca deu dinheiro para outros países amigos do governo. O banco financiou o serviço de engenharia de empresas brasileira em nada menos do que 15 países da América Latina e do Caribe entre 1998 e 2017”, afirmou.

O petista lembrou ainda que as operações não apenas ajudaram o desenvolvimento da indústria nacional, como deram lucro ao Brasil. “Num total de 10,5 bilhões financiados, o BNDES já recebeu de volta 12,8 bilhões.”

Ele reconheceu, porém, que há linhas de crédito abertas para empresas brasileiras que atuaram no exterior em atraso, em especial de negócios com Cuba e Venezuela, mas que todas estariam cobertas por garantia. Ainda sobre o tema, Lula alegou que o problema foi causado pela interrupção das relações diplomáticas com esses países adotada por Bolsonaro.

“O presidente resolveu cortar relação com esses países para não cobrar e poder ficar nos acusando. Mas tenho certeza de que no nosso governo esses países vão pagar, porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES.”

A terceira mentira

Ainda no discurso, o presidente Lula sustentou que o bolsonarismo disseminou a alegação de que o BNDES, durante as gestões petistas, privilegiaria poucas empresas.

“Ao final do meu governo, 480 das 500 maiores empresas atuando no Brasil tinham relações bancárias com o BNDES”, lembrou.

Micro e pequenas empresas

Ao final do pronunciamento, Lula destacou a nova política a ser adotada pelo BNDES, exposta por Aloizio Mercadante em sua participação no evento. A intenção, explicou, é que o banco volte a ser indutor do desenvolvimento de micro e pequenas empresas, ao disponibilizar a maior parte das suas linhas de crédito para este público.

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