Política
Após reação de Fachin, Bolsonaro diz que Forças Armadas ‘não servirão de moldura’ na eleição
Nesta sexta, o presidente do TSE voltou a defender a Justiça: ‘Não permitiremos a subversão do processo eleitoral’

O presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar sobre o processo eleitoral, em meio às suas tentativas de pressionar o Tribunal Superior Eleitoral, e tornou a mencionar o papel das Forças Armadas no pleito. Nos últimos dias, o presidente do TSE, Edson Fachin, tem reagido à ofensiva bolsonarista.
Nesta sexta, o ex-capitão participou da 56ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, em Campos do Jordão (SP). Ao discursar, tornou a atacar adversários políticos e disse querer “eleições limpas, transparentes e com voto auditável”.
“Convidaram as Forças Armadas a participarem do processo eleitoral. Elas fizeram o seu papel, não foram lá para servir de moldura a quem quer que seja. E hoje nos atacam como se as Forças Armadas estivessem interferindo no processo eleitoral. Longe disso.”
Mais cedo, Fachin defendeu a atuação da Justiça ante ataques ao sistema eletrônico de votação. O ministro declarou que não permitirá “a subversão do processo eleitoral”.
Durante o Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador, o ministro não mencionou diretamente Bolsonaro, que dobrou a aposta em declarações que tentam deslegitimar as eleições. Cobrou, porém, que “todos os Poderes digam, sem subterfúgios, que vão respeitar o processo eleitoral de outubro de 2022”.
“A nenhuma instituição ou autoridade a Constituição permite poderes que são exclusivos da Justiça Eleitoral. Não permitiremos a subversão do processo eleitoral”, disse Fachin. “E digo, para que não tenham dúvida: para remover a Justiça Eleitoral de suas funções, terão que antes remover este presidente da sua presidência”.
E completou: “Diálogo, sim. Joelhos dobrados, jamais”.
Na quinta-feira 12, Fachin reafirmou que o Brasil terá eleições limpas e que “ninguém e nada interferirá” no processo. Ele disse ainda que “quem trata de eleição são forças desarmadas”. Horas depois, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro criticou Fachin e disse não saber “de onde ele está tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral”.
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