Política
Após ministério, PP quer cargos da Conab e da Funasa nos estados
Pedidos ocorrem após a oficialização das nomeações de André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos) na Esplanada de Lula
Líderes do PP têm apresentado ao governo Lula (PT) demandas por cargos nos estados em instituições como a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, e a Fundação Nacional de Saúde, a Funasa.
Segundo relatos, os pedidos ocorreram em reunião da bancada do PP com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nesta quarta-feira 20, após a oficialização das nomeações de André Fufuca (PP) como ministro do Esporte e Silvio Costa Filho (Republicanos) na chefia de Portos e Aeroportos.
A justificativa do governo para ceder cargos ao Centrão é ampliar a base no Congresso e conquistar votos suficientes para projetos prioritários. Um deles, que está por vir, trata da taxação de super-ricos.
Com a reforma ministerial, agora os líderes do Centrão passam a pleitear espaços em cargos de menor apelo. Está na lista de reivindicações do PP, por exemplo, a presidência da Caixa Econômica Federal.
A Conab é uma empresa pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, com superintendências nos 26 estados e no Distrito Federal.
A companhia tem como responsabilidade, por exemplo, estabilizar os preços de produtos agrícolas e garantir o abastecimento alimentar por meio de um sistema de armazenagem.
Hoje, a Conab está sob a presidência de Edegar Pretto, do PT, figura também ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.
Já a Funasa ainda deve ser recriada. O governo Lula havia extinguido a instituição no início deste mandato, por falta de eficiência na gestão de recursos, mas decidiu retomá-la para acomodar o Centrão. A fundação era vinculada ao Ministério da Saúde e voltada para o combate a doenças e à atenção ao saneamento básico.
Em julho, o governo formou um grupo de trabalho para redesenhar a Funasa e definir suas futuras atribuições. As tarefas haviam sido distribuídas, sobretudo, para os ministérios da Saúde e das Cidades.
Esse grupo de trabalho tinha o prazo de 30 dias para apresentar um relatório. Passado esse período, o prazo foi prorrogado e expirou em 15 de setembro. Segundo uma fonte do governo, ainda não há previsão para a apresentação do documento.
Partidos como PP, Republicanos, União Brasil e PSD já demonstraram interesse em comandar a Funasa no plano nacional. Hoje, a instituição está sob a chefia interina de um servidor de carreira.
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