Política

Após crítica de Jones, PCB diz haver no partido ‘grupo fracionista com pouca inserção de luta real’

O historiador afirma ter sido expulso da direção. Nota da sigla menciona militantes com ‘intenso engajamento nas redes sociais’

Foto: Reprodução
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O Partido Comunista Brasileiro divulgou nesta segunda-feira 17 um texto no qual critica a atuação de “um pequeno grupo fracionista” que estaria em busca de assumir o controle da legenda. Diz, ainda, que a ação “parte de uma pequena militância com pouca inserção de luta real na sociedade e com intenso engajamento nas redes sociais”.

A nota, assinada pela Comissão Política Nacional do Comitê Central do PCB, vem à tona um dia após o historiador Jones Manoel afirmar ter sido expulso da direção do partido, da qual fazia parte desde 2021.

Em conversa com CartaCapital, Jones declarou que a direção nacional do PCB “adotou uma política reformista” que, segundo ele, “fere o programa político do partido, o centralismo democrático, fecha os espaços de debate interno e persegue quem faz críticas”.

O militante disse ter sido expulso de todas as instâncias de direção do PCB após um processo interno para apurar críticas feitas à “ausência de política de segurança no partido em meio a ameaças de morte” sofridas por ele e familiares.

No texto divulgado nesta segunda, sem citar Jones, o PCB afirma não ser possível comemorar “a existência de fração” na sigla.

“Esta ação parte de uma pequena militância com pouca inserção de luta real na sociedade e com intenso engajamento nas redes sociais, muitas vezes, tomando esse espaço como ‘o espaço’ privilegiado de lutas”, critica o partido. “Forjam supostas divergências teóricas e/ou programáticas e, ao invés de apresentar o debate político nos fóruns e instâncias internas próprias para o debate, preferem apresentar suas verdades recortadas da luta de classes e sem mediações com o mundo real.”

Segundo o comunicado partidário, “essa prática conforma um verdadeiro debate estéril, nos moldes de um marxismo vulgar, uma vez que, nos 280 caracteres de um Tweet, pretendem impor sua visão, em vez de pautarem, dentro do processo próprio do marxismo-leninismo, a construção coletiva, tanto política, quanto teórica”.

O PCB ainda estimula sua militância a “se manter alerta e vigilante contra qualquer tentativa de divisionismo” e “aos ataques fracionistas nas redes sociais, com disseminação de cizânias e especulações vazias”.

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