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Após crise causada pelo filho, Bolsonaro é ‘cordial’ em ligação com Xi Jinping

Definição foi dada por embaixador chinês. Crise diplomática foi gerada após Eduardo Bolsonaro acusar a China de ser culpada pela pandemia

(Foto: twitter/Jair Bolsonaro)
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O presidente Jair Bolsonaro precisou colocar panos quentes na situação com a China após seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), ter causado uma crise diplomática com o país, acusando as autoridades chinesas como culpadas da pandemia da Covid-19.

Nesta terça-feira 24, Bolsonaro publicou nas redes sociais que teve uma reunião com os ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, Teresa Cristina, da Agricultura, e Ricardo Salles, do Meio Ambiente, para ligarem às autoridades chinesas, incluindo o presidente chinês Xi Jinping. “Reafirmamos nossos laços de amizade, troca de informações e ações sobre o covid-19 e ampliação de nossos laços comerciais.”, escreveu Bolsonaro.

Na ocasião, o presidente Bolsonaro se esquivou de tecer comentários sobre as atitudes do filho. Eduardo, por sua vez, respondeu dizendo que não iria pedir desculpas à China porque não havia ofendido o povo chinês, e sim criticado as autoridades na lidada com a pandemia local – comparando os chineses ao governo soviético e o coronavírus ao acidente nuclear em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

 

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, que protagonizou o episódio e taxou Eduardo de “irresponsável” no decorrer das ofensas do deputado, declarou que a conversa ocorreu em um tom “cordial e amistoso” e instruída a buscar parcerias para a epidemia. Yang declarou ainda que a cooperação internacional foi um ponto chave na conversa – apesar do ministro Araújo, tradicionalmente, ser um crítico ferrenho do que chama de “globalismo”.

“Os dois presidentes reforçaram a necessidade de aumentar a cooperação no combate e controle da pandemia COVID-19, inclusive nos materiais médicos. Consideram que a única solução correta de vencer a pandemia com maior brevidade é a cooperação internacional.”, escreveu Yang.

A China, epicentro original da pandemia de coronavírus, já está colhendo os resultados das medidas de restrição e quarentena aplicadas pelos governos locais. Hubei, que teve mais de 3000 mortos como saldo final da tragédia, poderá começar a voltar à vida normal no dia 11 de abril, quando se encerra o isolamento instituído pelas autoridades. Cerca de 56 milhões de pessoas foram afetadas pela quarentena na província.

Enquanto isso, o Brasil observa o crescimento do número de casos e luta, no campo informacional, para melhor orientar a população. Bolsonaro, que chegou a classificar a pandemia como uma “histeria”, enfrentou uma crise com os governadores do Brasil ao questioná-los sobre medidas de quarentena e fechamento do comércio.

Após os desencontros e a revogação de uma medida que permitia o não pagamento de salários por quatro meses, o presidente e sua equipe econômica anunciaram um pacote de 88 bilhões de reais para enfrentar a pandemia no País.

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