Economia
Ao lado de Bolsonaro, Guedes justifica permanência: “Somos uma aliança entre liberais e conservadores contra a esquerda”
Repetindo o que diz o presidente, ministro defendeu tese de que Brasil foi o país que menos sofreu economicamente na pandemia
O ministro da Economia Paulo Guedes participou ao lado de Jair Bolsonaro de uma feira de criação de pássaros em Brasília neste domingo 24. Repetindo os discursos do presidente, afirmou que o Brasil é o país que menos sofreu economicamente durante a pandemia e garantiu que setores mais afetados irão ‘explodir de crescimento’ no fim deste ano.
Nas declarações à imprensa na saída do evento, Guedes não respondeu diretamente a pergunta se segue no governo, mas indicou a todo momento os motivos para sua permanência.
“Nós somos uma aliança entre liberais e conservadores contra a esquerda que tava levando o país pro caminho da miséria, o caminho da Argentina, da Venezuela, com o empobrecimento da população”, justificou os motivos para permanecer no cargo.
Em seguida, o ministro passou a defender a tese de que o Brasil está melhor economicamente do que todos os países do G20.
“O Brasil já tava começando a decolar, nós fomos o que menos caiu, o que voltou mais rápido e o que tá crescendo mais rápido também”, disse. “A história de que o Brasil não vai crescer é narrativa política”, acrescentou.
A todo momento, Guedes afirmou ser um defensor do teto de gastos, mas que teria compreendido a ruptura de sua política para ajudar os mais pobres em uma medida que chamou de ‘popular e não populista’.
“Tem brasileiro passando fome, comendo osso. A mídia ficou batendo nisso aí três meses e como é que o presidente não vai fazer?”, questionou Guedes aos jornalistas.
O ministro então passou a defender o aumento no Auxílio Brasil, programa que irá substituir o Bolsa Família, atacando o PT e Lula.
“Tem muito populista ai, candidato a presidente da República, falando em 600, 700 e 800 reais. Mas eles quebraram o Brasil e não fizeram esse auxílio emergencial”, afirmou com Bolsonaro sorrindo ao fundo.
“Era muito fácil o presidente chegar e falar ‘Paulo Guedes vai embora pra casa que eu vou dar 600 reais pra todo mundo’. Isso é ser populista, mas ele não é populista, ele é popular, é diferente”, acrescentou acenando ao ex-capitão.
Empolgado, Guedes então passou a afirmar que o Brasil estará ‘explodindo de crescimento’ ao fim de 2021.
“A economia tá voltando com tudo. Eu recebo informações todo dia”, disse. “Esse final de ano o setor mais vulnerável nosso, que mais sofreu, que foi turismo, serviços e comércio, vai explodir de crescimento. O Brasil está crescendo”, completou.
Apesar de ter defendido que o País sofreu pouco com a crise, Guedes seguiu o exemplo de Bolsonaro e tentou se eximir da culpa pelos resultados ruins registrados no emprego e inflação.
“Como é que podemos jogar a culpa no presidente e no ministro se temos uma pandemia mundial?”, questionou.
Ao final, Bolsonaro interviu para concordar com o ministro.
“Aqueles que acham que derrubar o governo é o suficiente, apresente a solução, se for boa, o Paulo Guedes acolhe agora”, desafiou o presidente.
“Não estamos aqui lutando por eleições de 2022, não se toca nesse assunto, tanto é que nem partido eu tenho”, acrescentou o ex-capitão.
Bolsonaro foi então questionado por um jornalista sobre o orçamento secreto no seu governo e finalizou a conversa irritado.
“Não tem nada secreto no orçamento, se tá publicado não tem nada secreto. Pelo amor de Deus, se tá publicado como é que é secreto”, disse, subindo o tom antes de sair levando Guedes para longe da imprensa.
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