Política

Alesp: Os nomes cotados pelo PT-SP para compor mesa com indicado de Tarcísio à presidência

Primeira reunião teve três nomes apresentados; governador de São Paulo quer André do Prado (PL) para dirigir Assembleia

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, petistas compõem mesa diretora com deputado do PL. Foto: Alesp
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A bancada do Partido dos Trabalhadores paulista realizou a primeira reunião nesta terça-feira 7 com todos os deputados eleitos, diante da expectativa de que a legenda componha a mesa diretora da Assembleia Legislativa de São Paulo com o indicado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência.

Enquanto o governador, que foi ministro de Jair Bolsonaro (PL), quer o deputado André do Prado (PL) para dirigir a Assembleia, os petistas avaliam quem vai ocupar o posto da 1ª secretaria.

O partido liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva elegeu 18 deputados em São Paulo. A federação entre o PT, o Partido Verde e o Partido Comunista do Brasil conta com 19 parlamentares, que terão direito ao voto para decidir quem disputará a 1ª secretaria.

CartaCapital apurou que três candidatos ao cargo se candidataram formalmente na reunião desta terça: Ênio Tatto, Teonilio Barba e Emídio de Souza.

Ênio Tatto é irmão de Jilmar Tatto, petista influente que hoje atua como secretário de comunicação do partido. Além disso, integra a família Tatto, que tem importantes nomes da política em São Paulo. Contador e participante da fundação da legenda, Ênio se elege como deputado estadual desde 2002.

Já Teonilio Barba é metalúrgico e se elegeu deputado estadual em 2015. Ele recebe o aval do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, com quem atuou junto no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Além disso, também conta com o apoio de Luiz Fernando Teixeira (PT), deputado estadual que hoje é o ocupante da 1ª secretaria.

Emídio de Souza, terceiro candidato, é deputado estadual desde 2019, depois de ter sido vereador e prefeito de Osasco. Também já foi presidente do PT em São Paulo e atuou como coordenador do programa de governo da candidatura de Fernando Haddad ao Palácio dos Bandeirantes, no ano passado.

A eleição na Alesp ocorrerá no dia 15 de março. Até a data, novos nomes podem surgir na disputa dentro do PT. A votação também elege o 1º e o 2º vice-presidentes e o 2º secretário. Cada um precisa obter pelo menos 48 votos.

Se eleito, a chegada de André do Prado à Presidência vai encerrar um longo período do PSDB no cargo, ocupado até então por Carlão Pignatari. Para os petistas, há uma oportunidade de mudança de correlação de forças que beneficie a oposição, com possíveis interações com os tucanos.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: GOVSP

Já houve sinais de diálogo do PT com Tarcísio de Freitas por meio do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que é secretário de Governo de São Paulo. Em dezembro, houve uma conversa em que Kassab teria assumido o compromisso em pagar emendas impositivas atrasadas desde 2019.

Além disso, em novembro, sete petistas entre dez votaram a favor do Projeto de Lei 592/2022, que concedeu aumento de 50% aos salários do governador, do vice-governador e dos secretários (veja aqui).

Contudo, o PT garante que será oposição à gestão de Tarcísio de Freitas. Eles afirmam que ocupar a 1ª secretaria é um direito do partido e não um acordo com o governo, sob o argumento de que a bancada eleita é a 2ª maior da Alesp, atrás somente do PL.

Em entrevista à CartaCapital, a deputada Márcia Lia, líder do PT na Alesp, diz que há uma divisão no PL e que nem todos são bolsonaristas. Para ela, o candidato de Tarcísio é “uma pessoa do diálogo e do consenso”. A parlamentar também lembra que o PT ocupa a 1ª secretaria desde a década de 1990 pela bancada expressiva.

“Isso é uma disposição histórica dentro da Assembleia e já se consolidou”, afirmou. “Nós seremos oposição ao governo Tarcísio, não tenha dúvida disso.”

Sobre a votação do salário do governador, Lia diz que os reajustes foram insuficientes por oito anos.

Segundo a bancada, há unanimidade na tarefa de impedir a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp. Nesta terça, houve uma reunião de uma frente parlamentar para combater a proposta. O projeto é de interesse do governador.

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