A oscilação positiva do ex-presidente Lula (PT) na pesquisa Ipec, divulgada na segunda-feira 12, aumentou a possibilidade de vitória ainda no primeiro turno. De acordo com o levantamento, o petista tem 46% das intenções de voto contra 31% do presidente Jair Bolsonaro (PL), 7% de Ciro Gomes (PDT) e 4% de Simone Tebet (MDB).
Contribuíram para o cenário, além da estagnação dos adversários, o crescimento do ex-presidente no Nordeste, onde passou de 56% para 61%, e o pouco impacto do 7 de Setembro fora da bolha bolsonarista.
O PT avalia que a repercussão do caso da compra de imóveis em dinheiro vivo pela família de Bolsonaro freou uma possível recuperação do presidente no levantamento. O partido agora fala abertamente em voto útil para que a eleição nacional acabe antes do segundo turno.
Mas há, na campanha de Lula, uma corrente que aposta em outro fator para a disputa se encerrar logo no dia 2 de outubro, sem a necessidade de um confronto direto com Bolsonaro.
CartaCapital apurou que chegou aos correligionários do ex-presidente uma análise que leva em conta o que os especialistas em pesquisas chamam de “voto envergonhado”. Neste caso, muitos eleitores que optam por Lula não explicitam a sua escolha para não se comprometerem com o núcleo de convivência.
Dado o grau de violência da campanha por parte de bolsonaristas, um número de eleitores de Lula prefere não se manifestar. É este uma dos principais trunfos do PT para vencer, pela primeira vez, uma eleição nacional logo na primeira etapa.
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