Política

Apoio de Marina a Lula é ‘tapa na cara de Ciro’ e encoraja o voto útil, diz dirigente do PT

A CartaCapital, Jilmar Tatto admite que a aliança seria muito mais complexa ‘se estivéssemos em uma normalidade democrática’

Foto: Ricardo Stuckert
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O apoio da ex-ministra Marina Silva (Rede) ao ex-presidente Lula (PT) na disputa contra Jair Bolsonaro (PL), oficializado nesta segunda-feira 12, é “um tapa na cara de Ciro Gomes (PDT)” e pode facilitar a campanha petista pelo chamado “voto útil” já no primeiro turno. A avaliação é de Jilmar Tatto, secretário nacional de Comunicação e integrante da Comissão Executiva do PT.

Em entrevista coletiva em São Paulo, Marina disse que o primeiro passo seria não tratar esses eleitores como se já tivessem uma opção eleitoral definida. Para ela, todos os brasileiros, mesmo aqueles que dizem votar em Bolsonaro, podem ser convencidos nos próximos dias a mudar de posição.

CartaCapital, Tatto afirmou que a aliança com Marina pode ter impacto positivo na busca por eleitores da chamada “terceira via”.

“Ela, pelo perfil e por ter sido crítica do PT e do Lula nesse tempo, é uma pessoa que tem autoridade política e moral para pedir àquelas pessoas que não estão pensando em votar no Lula e que rejeitam o Bolsonaro que venham votar no Lula no primeiro turno”, disse o dirigente petista.

Segundo Tatto, o apoio de Marina a Lula também sinaliza à comunidade internacional que a volta do ex-presidente ao poder seria marcada pelo respeito à pauta ambiental e ao crescimento sustentável. Há, ainda, uma dimensão política semelhante à que representou a entrada de Geraldo Alckmin (PSB) na campanha.

“A Marina deixou divergências e disputas no passado para criar um grande movimento em prol do País, em defesa do povo brasileiro, da democracia e da conquista dos direitos sociais. A Marina tem essa simbologia”, prosseguiu. “Você vê que eu nem falei do ponto de vista eleitoral. Evidente que pode agregar, mas acho que, em função de que ele [Bolsonaro] foi um desastre na questão ambiental, esse povo já vota no Lula.  É uma questão de simbologia que tem a vinda dela para apoiar o Lula, e é um tapa na cara do Ciro Gomes.”

Jilmar Tatto admite que uma aliança entre Lula e Marina seria muito mais complexa “se estivéssemos em uma normalidade democrática”. A “excepcionalidade” dos riscos à democracia, avalia o dirigente do PT, justifica a aliança entre personagens que estavam afastados.

Agora, o objetivo no PT é intensificar a campanha pelo “voto útil”, inclusive dos eleitores de Ciro, por quem Tatto diz ter “perdido o respeito” após uma nova rodada de ataques do pedetista.

“Eu já peço abertamente o voto útil. Chega, não podemos brincar. E o eleitor da Tebet e do Ciro que decida. O comportamento do Ciro é inaceitável. Não dá mais pra apanhar e ficar quieto.”

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