Política

‘Acho importante que se tenha apenas um candidato’, diz Freixo sobre impasse entre Molon e Ceciliano

Mesmo com impasse entre candidatos, o pessebista descarta qualquer possibilidade de o PT retirar o apoio formal a sua candidatura

O deputado federal Marcelo Freixo em 2018. Foto: Mauro Pimentel/AFP
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Pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSB) tem evitado ‘eleger’ seu favorito na disputa interna travada entre André Ceciliano (PT) e Alessandro Molon (PSB) pelo Senado. Apesar de não externar sua escolha, porém, o pessedista diz ser importante haver apenas uma candidatura nas eleições de outubro.

“Não me cabe responder. Isso passa pelas direções nacionais de PT e PSB. Juridicamente é possível lançar dois candidatos, mas acho importante que se tenha apenas um para vencermos”, destacou Freixo em entrevista ao jornal O Globo nesta terça-feira 17, quando provocado a elencar seu preferido.

O deputado também negou que exista qualquer possibilidade de o PT retirar o apoio formal à sua candidatura, mesmo que Molon insista em disputar o Senado. O cenário de afastamento foi sugerido por Ceciliano, que garantiu ter o compromisso de Lula e do PT para ocupar o palanque ao lado de Freixo.

Não há hipótese de o PT sair da chapa. A coisa mais importante que existe é preservar a aliança e os dois partidos querem muito ganhar a eleição para o governo do Rio”, explicou o pessebista.

Na conversa com o jornal, Freixo também foi questionado sobre as tentativas de aproximação da sua campanha com membros das igrejas evangélicas no Rio. O movimento espelha também ações da campanha nacional de Lula no segmento que é tido como principal base eleitoral de Jair Bolsonaro e seus aliados na direita. Segundo defendeu Freixo, a aproximação não é ‘surpreendente’, já que a esquerda brasileira mantém uma relação histórica com a igreja, em especial, a católica.

“A esquerda tem uma relação de origem muito próxima da Igreja Católica e acho que não conseguiu acompanhar o significado do crescimento das igrejas evangélicas, que tem uma relação direta com o abandono do poder público e a desigualdade social. Nós temos que buscar o que temos de comum e não o que temos de idêntico”, destacou o pré-candidato.

Ainda sobre o tema, classificou o diálogo com os evangélicos como ‘fundamental’ para vencer Bolsonaro e o bolsonarismo no RJ:

“Primeiro que ir à igreja não é pecado. E segundo que é fundamental hoje dialogar com todas elas para criar uma relação com a juventude nos territórios desiguais do Rio”, destacou. “A igreja faz o cara parar de beber, parar de bater na mulher. Faz o dinheiro ser mais bem aproveitado por uma família. Essa experiência positiva da igreja a gente quer”, acrescentou Freixo.

Em segundo lugar nas pesquisas eleitorais no estado, Freixo negou também que tenha adotado uma postura ‘menos radical’ para atrair eleitores de centro. Segundo defendeu, sua proposta ‘sempre foi de diálogo’ e será, nesta eleição, um contraponto ao fascismo de Cláudio Castro e Jair Bolsonaro:

Nunca tive essa imagem de radical, muito pelo contrário, minha atuação no Parlamento sempre foi de diálogo. A ida para o PSB amplia a capacidade de união, temos seis partidos na aliança, uma parceria que o campo progressista nunca teve no estado. Precisamos desta capacidade de unir diante do que está acontecendo no Brasil e no Rio”, justificou.

“O que Bolsonaro e Cláudio Castro representam no Brasil e no Rio, mais do que uma aliança política, é uma sociedade miliciana. A milícia está para o Rio assim como o garimpo está para o Brasil: arma, crime ambiental, violência, ilegalidade e exploração. É um projeto que ameaça as instituições. A eleição de 2022 servirá para derrotarmos o fascismo no Brasil”, completou Freixo em seguida.

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