Política

Lula não apoiará Molon ao Senado, diz Ceciliano: ‘Está firme conosco’

Em entrevista a CartaCapital, o pré-candidato pelo PT ao Senado no Rio afirmou que Lula chegou a dizer um palavrão ao ser questionado sobre apoio a Molon

André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e pré-candidato ao Senado pelo PT. Foto: Reprodução
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Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano (PT) afirmou que segue como o “único candidato” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Senado no estado.

Ceciliano trava uma disputa com o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) pela vaga de candidato a senador na aliança construída entre PT e PSB no Rio. Embora o acordo entre os partidos envolvesse o lançamento de um nome do PSB a governador (Marcelo Freixo) e um do PT para o Senado, Molon mantém a sua intenção de se candidatar à Casa Alta.

Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube, nesta sexta-feira 29, Ceciliano disse que Lula garantiu que irá apoiá-lo ao Senado. Segundo o presidente da Alerj, o PT deve desmanchar o seu apoio formal a Freixo se Molon mantiver o projeto.

“O Lula está muito firme conosco”, declarou Ceciliano.

O deputado estadual disse que, há três semanas, Lula chegou a brincar com um palavrão sobre a possibilidade de apoiar Molon ao Senado.

“Ele me disse, há três semanas, naquele ato do PSB com o PT: André, nós vamos ter um problema com o PSB nacional. E eu perguntei: mas por que, presidente? [Lula teria respondido:] Porque hoje nós tivemos um ato, o Molon estava presente… Eu falei: mas o senhor está preocupado com a candidatura do Molon? Ele falou: claro, porque isso pode ter algum problema. Eu falei: o senhor não se preocupe, o senhor vai apoiar quem? Aí ele me xingou. Falou um palavrão para mim.”

Na sequência, Ceciliano declarou que Lula “reafirma toda hora” que o considera como o “único candidato”. Teria dito Lula: “Eu já não te falei, eu vou aí quantas vezes você necessitar, eu vou estar com você, eu vou nos lugares, você é o meu único candidato“. Ceciliano prosseguiu: “Eu falei: então, esquece. Foi aí que eu disse: só não vamos ter a eleição formal. Teremos dois candidatos, e eu não tenho preocupação.”

O presidente da Alerj diz manter conversas semanais com Lula, algumas vezes mais de uma por dia.

“Ele está muito nessa linha. Não irá para outro palanque que não seja o do Freixo e não irá apoiar outro candidato ao Senado”, disse Ceciliano a CartaCapital. “A bem da verdade, as direções nacionais do PSB e do PT, não tenho dúvida, vão se entender até os próximos 15 dias. Mas se Molon se mantiver candidato, o PT do Rio de Janeiro vai apoiar Freixo, mas não formalmente, numa aliança. O PT vai lançar candidato ao Senado, somente.”

Ceciliano deve lançar a sua pré-candidatura ao Senado neste sábado 30, na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Segundo ele, é aguarda a presença de mais de 60 prefeitos, 40 parlamentares estaduais e 15 federais.

O deputado afirmou ainda obter o apoio do União Brasil e dos parlamentares do PSD, que teriam pedido ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), para não lançar um nome ao Senado e endossar o nome de Ceciliano.

Porém, a força de apoio principal para o candidato ao Senado vem da figura do ex-presidente, diz ele.

“A força da eleição do Senado, quem tem aqui no Rio é o presidente da República”, afirmou. “Meu desafio é chegar em julho com 15%. Depois, é a força do presidente Lula que vai nos eleger, não tenho dúvida.”

Ceciliano disse ainda que a base de Molon é “mais capital e zona sul”, enquanto a sua seria a região metropolitana.

“Eu conheço todos os municípios do estado e mais de 85 prefeitos pessoalmente”, declarou o petista. “Eu rodo o estado, conheço a realidade da região noroeste, sul, norte, serrana.”

O petista também enalteceu o fato de nunca ter mudado de partido, uma das suas diferenças com Molon, que deixou a Rede Sustentabilidade para entrar no PSB.

“O que me credencia ser candidato ao Senado? Eu estou no quarto mandato de deputado, fui prefeito de Paracambi, fiz uma revolução na educação da cidade”, afirmou. “Eu tenho muito orgulho de pertencer ao Partido dos Trabalhadores, meu único partido na vida.”

Assista, a seguir, à íntegra da entrevista:

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