Política

PT vai retirar apoio formal a Freixo se Molon mantiver candidatura ao Senado, diz Ceciliano

Petista diz ter promessa de Lula de que será único candidato do grupo para a vaga de senador

André Ceciliano (PT-RJ) Foto: Alerj
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A disputa por uma vaga ao Senado, no campo da esquerda, ganhou mais um capítulo no Rio. Presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), o petista André Ceciliano afirma ter a promessa do ex-presidente Lula, e da direção nacional do partido, de que o PT vai retirar o apoio formal à candidatura de Marcelo Freixo (PSB) ao governo, caso Alessandro Molon (PSB) mantenha a sua campanha ao Senado, em paralelo ao acordo anteriormente firmado. Na prática, Lula não deixaria de declarar voto em Freixo, mas o PT não se coligaria com o PSB, reduzindo o tempo de rádio e TV e limitando a associação da imagem de Freixo a Lula.

— Isso (a possível retaliação à campanha de Freixo) é assunto pacificado na direção do partido. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, já se manifestou contrária à candidatura do Molon e tenho essa promessa do Lula. Molon pode se candidatar, é um direito dele. Mas, se o PSB tiver candidato ao Senado no Rio, o PT não apoiará formalmente Freixo para o governo. Existe um acordo entre as direções nacionais dos partidos que está sendo quebrado pela forçação do Molon. Mas, ele não é problema nosso, é do PSB. Eles que se resolvam — afirma Ceciliano.

Procurado, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que o martelo sobre a manutenção da candidatura de Molon será batido até o próximo dia 15.

— No momento estamos dedicados à disputa nacional. Essa decisão (de manter ou não uma candidatura ao Senado) será tomada à frente — se limitou a dizer.

Molon, por sua vez, manteve o discurso de que seguirá com a sua pré-candidatura:

— Nós, do PSB, estamos empenhados na eleição de Lula e Freixo e estamos trabalhando na construção de uma ampla unidade em torno da chapa mais competitiva para derrotar Bolsonaro e seus representantes no estado, o governador Cláudio Castro e o senador Romário. Continuaremos apostando no diálogo para construirmos a chapa mais forte para derrotar o bolsonarismo.

Também procurado, Freixo não quis comentar o assunto.

Nos bastidores do PT há quem ainda defenda a manutenção do apoio a Freixo mesmo diante dos planos de Molon. A palavra final sobre o assunto, no entanto, será de Lula.

No mês passado, Gleisi Hoffmann confirmou o apoio à candidatura de Freixo e se opôs à possibilidade de ter Alessandro Molon como nome apoiado pelo partido ao Senado. Berço do bolsonarismo, o Rio é visto como um estado simbólico e, por isso, o PT não cogita abrir mão de um candidato em um desses postos.

Criticado por políticos da esquerda pela proximidade com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e com bolsonaristas, Ceciliano afirma que são relações institucionais e que não pretende mudá-las. A identificação dele com nomes da direita fez com que o PSOL lançasse a advogada Luciana Boiteux para o Senado. Ceciliano enfrenta resistências no próprio PT. Nos bastidores do partido, a avaliação é que ele não representaria bandeiras defendidas pela sigla.

— Estou preparado para representar o Rio de Janeiro no Senado, justamente por manter boas relações institucionais com prefeitos e parlamentares diversos e com o governador do estado também, independente do partido aos quais estão filiados. Quero lutar pelo estado, não ficar de picuinhas políticas. Eu sou o candidato do Lula, é essa a associação que me importa — afirmou o presidente da Alerj.

No último mês, dois episódios acenderam o alerta de militantes da esquerda que esperavam o acerto entre PT e PSB sobre o nome para o Senado. Ceciliano faltou ao aniversário de Freixo, no último dia 14 e, no mês passado, apesar da presença de Lula no Rio, o presidente da Alerj compareceu ao aniversário de Castro. Naquela noite, o ex-presidente se encontrou com o cantor Martinho da Vila e outros nomes da esquerda fluminense.

 

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