Política

Abin alertou Segurança do DF sobre risco de invasão a prédios horas antes de atos terroristas

O aviso se dirigiu ao então secretário Anderson Torres, exonerado horas depois por Ibaneis Rocha

Foto: Sergio Lima/AFP
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A Agência Brasileira de Inteligência emitiu um alerta na manhã do último domingo 8 sobre o risco de bolsonaristas tentarem depredar o patrimônio público e executar atos de violência em Brasília. A informação foi revelada nesta segunda-feira 9 pelo jornal O Globo.

O aviso se dirigia, entre outros órgãos, à Secretaria de Segurança Pública, então comandada por Anderson Torres. À tarde, após o início da ação terrorista, o secretário foi exonerado pelo então governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que seria afastado do cargo horas depois por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o jornal, a Abin transmitiu diversos alertas à Segurança Pública do DF desde a instalação de um acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Os avisos se tornaram mais frequentes na semana passada e culminaram com “um último alerta” no domingo, horas antes de golpistas invadirem e depredarem áreas do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF.

As forças de segurança do DF ofereceram, no entanto, pouca resistência à marcha dos terroristas sobre os Três Poderes. Ainda na noite de domingo, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o planejamento do governo do DF foi “insuficiente” e passou por uma “mudança de última hora” que permitiu a entrada de pessoas na Esplanada.

“Tivemos uma mudança de orientação administrativa ontem. O planejamento não comportava a entrada de pessoas na Esplanada e foi alterado na última hora. Ainda assim, havia por parte do governo do Distrito Federal uma visão de que essa situação estaria sob controle”, disse Dino em pronunciamento na capital do País.

Ao afastar Ibaneis por 90 dias, Alexandre de Moraes argumentou que “a escalada violenta dos atos” bolsonaristas na tarde de domingo “somente poderia ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira”.

Segundo o ministro, “os desprezíveis ataques terroristas à democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores e os anteriores e atuais agentes públicos coniventes e criminosos, que continuam na ilícita conduta da prática de atos antidemocráticos”.

Nesta segunda, Ibaneis afirmou respeitar a decisão de Moraes, mas disse ter “fé na Justiça” e nas “instituições democráticas” e que aguardará as responsabilizações criminais com “serenidade”.

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