Política

A busca do PL por um advogado para defender Bolsonaro no caso das joias

Tese de defesa que predomina até o momento é de que itens eram personalíssimos; a linha, porém, é considerada arriscada

Foto: Anna Moneymaker / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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O Partido Liberal, comandado por Valdemar Costa Neto, está em busca de um advogado que possa liderar a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias. O ex-capitão é suspeito de tentar se apropriar ilegalmente de itens que passam dos 16 milhões de reais. A busca do partido por um jurista foi registrada, inicialmente, pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

De acordo com as informações, há dois ‘candidatos’ na lista de possíveis defensores de Bolsonaro no caso. O primeiro deles é Frederick Wassef, que já fez a defesa do clã em diversas ocasiões. Ele advogou para Jair no caso da funcionária fantasma Wal do Açaí. As acusações de rachadinhas no gabinete dos filhos também ficaram a cargo de Wassef, assim como a proteção de Jair Renan nas diversas acusações ao longo dos últimos anos.

Wassef é cotado ao posto não apenas por já ter defendido o clã do ex-presidente, mas também porque divulgou uma nota na noite desta terça-feira 7 em defesa do ex-capitão. No texto, ele diz que o ex-presidente declarou oficialmente as joias e, portanto, tem sido acusado injustamente. A alegação para manter o presente saudita é a de que os itens seriam ‘personalíssimos’.

A mesma tese foi usada pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. A linha de defesa, porém, é considerada bastante arriscada, uma vez que itens personalíssimos, segundo entendimento do TCU, são medalhas e prêmios recebidas ao longo do mandato, bem como vestuários e acessórios de menor valor, como gravatas e bonés.

O segundo nome que pode acabar liderando a defesa de Bolsonaro neste caso é Marcelo Bessa. O advogado já defende o ex-presidente em casos mais complexos que tramitam nas instâncias superiores, como o inquérito dos atos antidemocráticos e o caso das fake news/milícias digitais. Partiu de Bessa também a ação desastrosa do PL contra o resultado nas urnas no ano passado. A peça que pedia a anulação de parte dos votos para dar a vitória a Bolsonaro foi considerada litigância de má-fé e rendeu uma multa de mais de 22 milhões de reais ao partido. A ação, vale lembrar, foi tomada por pressão do ex-capitão.

A decisão final de quem vai defender Bolsonaro ainda não foi tomada. Conforme destaca a colunista, Bessa recebeu a sondagem do PL, mas ainda quer conversar diretamente com Bolsonaro para alinhar detalhes da possível defesa. Wassef, com a nota, se antecipou, mas ainda não tem o cargo nas mãos, conforme registra a coluna.

O caso das joias, vale lembrar, está na mira de diferentes frentes de apurações. Receita Federal, CGU, Polícia Federal e outros setores buscam entender a tentativa de Bolsonaro e seus aliados para trazer ilegalmente os itens ao Brasil, bem como as ações que buscavam incluir o presente no acervo pessoal da família do ex-presidente.

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