Política

A atuação do PT para evitar a CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro

A avaliação é que uma Comissão formada por deputados e senadores tem potencial de impor derrotas políticas ao governo Lula

Foto: Sergio Lima/AFP
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A bancada do PT na Câmara prevê dor de cabeça no Congresso Nacional caso a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre os atos golpistas seja instalada e atua para que o pedido de abertura seja desmobilizado nos próximos dias.

A avaliação é que uma Comissão formada por deputados e senadores neste início de governo tem potencial de impor derrotas políticas à gestão do presidente Lula (PT).

A oposição alcançou o número de assinaturas necessárias e protocolou o requerimento que mira uma suposta omissão do governo em relação aos atentados às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. No total, 189 deputados e 33 senadores subscreveram o documento.

Entre os signatários há parlamentares de partidos que compõem a base governista no Congresso, como o MDB, o PSD e o União Brasil.

Antes do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ler o requerimento – o que, na prática, inicia os trabalhos da Comissão -, a Casa vai checar as assinaturas. É este intervalo que o PT vai usar para convencer deputados e senadores a retirarem o apoio.

Uma outra batalha se dá no convencimento da opinião pública. Petistas afirmam que a intenção dos bolsonaristas é promover fake news que envolvam o governo como interessado no vandalismo na capital federal.

“A ideia deles é convocar alguma pessoa que fale um monte de mentira para depois espalhar nas redes sociais”, disse o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) a CartaCapital. “Não tem nenhuma seriedade nisso”, acrescentou o deputado Bohn Gass (PT-RS).

Os petistas defendem que as ações em curso da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal já foram suficientes para esclarecer os quatro pontos que exigiam respostas: 1) quem idealizou; 2) quem financiou; 3) quem se omitiu; 4) quem participou.

Um outro pedido de CPI, protocolado pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), também aguarda a leitura de Pacheco para ser instalada. O STF, após provocação da parlamentar, deu um prazo de 10 dias para o presidente do Senado se manifestar sobre o tema.

Sobre as comissões, Pacheco tem dito que, se todos requisitos forem cumpridos, ele fará a leitura dos requerimentos.

“A Comissão Parlamentar de Inquérito foi requerida na legislatura passada com as assinaturas suficientes e com fato determinado”, chegou a declarar. “Agora nós precisamos consultar aqueles senadores que assinaram a CPI sobre a manutenção e a ratificação dessas assinaturas, pois houve uma mudança de legislatura”.

Em caso de instalação das duas CPIs, os parlamentares do PT no Congresso usarão a do Senado para esvaziar a que contará com congressistas das duas Casas.

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