Opinião

A OEA se manifestará sobre as violações de direitos na Argentina de Milei?

Por aqui, Terra de Vera Cruz, prossegue a discussão sobre a PEC, insana, que quer alocar 2% do PIB para aqueles que ao país – com raras exceções – só causaram prejuízos

O presidente da Argentina, Javier Mieli, e a irmã, Karina Milei, na cerimônia de posse em Buenos Aires. Foto: Cezaro DE LUCA/AFP
Apoie Siga-nos no

“A natureza do ser humano é fazer o bem, e para isso nasceu. Quando é uma boa pessoa, você está em sintonia com sua essência. Não espere receber um prêmio por isso: trate de ser uma boa pessoa, de maneira espontânea e natural”

Marco Aurélio

Às vezes, parece que a América Latina nunca conseguirá se libertar da escuridão da pobreza, da manipulação e da violência.

Olhar para a Argentina, atualmente, parece reforçar essa maldição.

O país irmão agora tem uma “ministra” do Capital Humano.

Ou seja, os humanos, na visão da extrema-direita são, em primeiro lugar, capital. Passível até de ser vendido, portanto.

Nessa lógica, o amigo argentino do genocida local pretende autorizar a venda de órgãos humanos…

Os “jornalistas” alinhados ao monstro já sugeriram que os pobres deveriam fazer apenas uma refeição ao dia.

A referida “ministra”, por sua vez, advertiu que os beneficiários de programas sociais que participarem de manifestações contra o desgoverno terão os benefícios suspensos.

O ministério das colônias, também conhecido por Organização dos Estados Americanos, que sempre se manifesta em favor da democracia (apenas quando se trate de utilizar o conceito contra governos de esquerda) irá se manifestar sobre violações tão evidentes dos direitos humanos? A Argentina será expulsa da excelsa assembleia, como fora Cuba? Devemos esperar por isso sentados, ou deitados?

São por essas e outras manipulações que a diplomacia e os organismos internacionais estão tão desgastados aos olhos da cidadania mundial.

Ontem, a sede do império, Washington, anunciou uma força-tarefa de impérios e ex-impérios decadentes (França, Reino Unido e Espanha – segurem os risos – evidentemente incluídos), para exercerem funções de polícia marítima, obviamente em águas alheias, o Mar Vermelho.

Por lá, passa 40% do comércio mundial.

Os Houtsis, que virtualmente venceram a guerra civil e dominam quase a totalidade do Iêmen, decidiram tomar medidas práticas contra o genocídio israelense em Gaza (ao menos um): irão apresar todo navio provindo ou destinado a Israel.

Ora, o diretório do Norte, que ainda se crê gendarme do mundo, imediatamente arrogou-se o direito de polícia, sem qualquer mandato internacional, e para descrédito ainda maior da ONU e de qualquer outro organismo internacional, como a Organização Marítima Internacional, da ONU.

Convém notar, que às margens do Mar Vermelho estão países tão desgraçados pelo imperialismo do Norte quanto a América Latina: Egito, vítima de golpe de estado, com o golpista “reeleito” para terceiro mandato consecutivo; Sudão, dilacerado por guerra civil, patrocinada por miliciano líbio que domina o leste do país desde o golpe de estado promovido pelo diretório imperial do Norte; e o Iêmen, igualmente dilacerado por guerra civil também patrocinada pelo “Ocidente”, por meio da Arábia Saudita.

Por aqui, Terra de Vera Cruz (o quanto fazemos jus a esse nome!), prossegue a discussão sobre a proposta de emenda constitucional (PEC), insana, que quer alocar 2% do PIB para aqueles que ao país – com raras exceções – só causaram prejuízos, incalculáveis, em vidas e bens.

Sim, são esses mesmos que vocês estão pensando: os que promoveram os golpes de estado de 54, 64, 2016 e planejaram o de 2023, que não se materializou porque os patrões estadunidenses e ingleses não permitiram (pois, graças a eles, suas petroleiras já haviam obtido o botim da Petrobras que buscavam).

São os verdadeiros responsáveis pelo déficit da Previdência, com aposentadorias e pensões milionárias, inclusive para filhas…

A única tarefa para a qual estão designados pela Constituição Federal, a defesa externa do país, não a cumprem, nem de longe: nossas fronteiras são verdadeiras peneiras furadas, por onde passa de tudo: de drogas a armas, sem olvidar o tráfico de pessoas e órgãos.

Deus nos livre de dar mais dinheiro público a essa malta!

Suas armas, só as voltam contra os próprios nacionais, preferindo massacrar os desarmados, principalmente quando bem amarrados, pois a covardia é sua marca distintiva.

Exemplos de seus “critérios de promoção”: Cid pai (general e traficante) e filho (tenente-coronel, igualmente traficante, embora arrependido); Pazuello (também general, genocida); Heleno (general, golpista e genocida, internacional); e a lista segue com almirantes e brigadeiros golpistas, além de acobertamento de tráfico internacional de cocaína, no próprio avião presidencial do desgoverno anterior, que elegeram, embora soubessem que o candidato fora expulso de seus quadros, por terrorismo…

Como é Natal e estamos tão próximos de ver tantos católicos e cristãos que irão para o inferno por blasfemarem contra o Espírito Santo – o único pecado que o Cristo deixou claro ser imperdoável – ao não aceitarem que é Ele que fala pela boca de Francisco, vale retomar o quanto dizem Wunibald Müller e Anselm Grün, em “O que nos adoece…e o que nos torna sadios” (Editora Ideias & Letras):

“Alguns tentam alcançar o céu, a esfera celeste, passando por cima da condição humana. Eles fazem de conta que ela não existe. Isso inclui o corpo deles. Sua espiritualidade é separada de sua condição humana, ou seja, de sua humanidade. Ela é sem-corpo (em alemão, ‘leib-los’) e assim se torna sem-vida (‘leb-los’). Essas pessoas agem como se já estivessem no céu, acima da realidade humana, em pé de igualdade com os anjos. Mas, a longo prazo, uma espiritualidade desse tipo é insuportável e, em última análise, falsa, mesmo porque ainda não estamos no céu e nossa condição humana e nossas insuficiências sempre voltam a se manifestar. Uma postura desse tipo leva à divisão entre céu e terra, entre condição terrena, humana, e campo supraterreno, celeste.”

Um Feliz Natal, de conversão à humildade, a todas, todos e todes!

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo