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Trump larga na frente de Haley na ‘Superterça’

Ex-presidente conservador já foi declarado o vencedor na Virgínia e na Carolina do Norte

O ex-presidente Donald Trump durante ato de campanha em Iowa, em 6 de janeiro de 2024. Foto: Tannen Maury/AFP
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Donald Trump venceu na Virgínia e na Carolina do Norte na “Superterça”, o dia eleitoral no qual o republicano espera nocautear em definitivo sua última rival na disputa pela indicação presidencial republicana, Nikki Haley, para depois se concentrar no duelo com Joe Biden.

Dessa vez não há mistério. Nem o republicano, de 77 anos, ou o democrata, de 81, têm alguém que os ameace nas primárias, que definem os candidatos de ambos os partidos nas eleições presidenciais de novembro.

O ex-presidente conservador já foi declarado o vencedor na Virgínia e na Carolina do Norte, dois estados na costa leste dos Estados Unidos, segundo vários meios de comunicação americanos.

As votações são realizadas em 15 estados, do Maine, no extremo nordeste dos Estados Unidos, até a Califórnia, na costa oeste, passando pelo Texas, no sul, e por Samoa Americana, um pequeno território no Pacífico.

Alabama, Arkansas, Colorado, Massachusetts, Minnesota, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Utah, Vermont e Virgínia também votam.

Em frente a um colégio eleitoral em Huntington Beach, na Califórnia, a maioria dos eleitores republicanos com os quais a AFP conversou apoia Trump.

Muito não veem a necessidade de seguir com as primárias depois desta terça-feira, quando Nikki Haley, 52 anos, parece fadada à derrota, segundo as pesquisas.

Haley é “uma causa perdida”, afirma Andrew Pugel, um engenheiro de 57 anos. Do lado democrata, Biden é o candidato à reeleição.

A cantora pop Taylor Swift, cuja possível influência sobre os jovens não pode ser ignorada, convocou seus fás a votarem nesta “Superterça”. Ela não se inclinou para nenhum lado publicamente.

Fingem de surdos

Desde 15 de janeiro e, apesar de seus problemas legais, o ex-presidente venceu quase todas as primárias do seu partido, com exceção de Washington, capital dos Estados Unidos, onde Haley se impôs no domingo. Muitos rivais jogaram a toalha ao longo do caminho.

A ex-embaixadora na ONU é a única que ainda está na disputa. A também ex-governadora da Carolina do Sul, que representa a ala moderada do Partido Republicano, promete restaurar a “normalidade” face ao “caos de Trump”.

Os eleitores republicanos se fingem de surdos.

Segundo as pesquisas, Trump vencerá em todos os estados em disputa nesta terça-feira, graças ao apoio de uma base de simpatizantes muito sólida.

Seu assessor Jason Miller disse à AFP que espera “vitórias, muitas vitórias” na noite de hoje.

Haley resistirá?

Com exceção de uma vitória simbólica no domingo em Washington, Haley acumulou apenas derrotas, inclusive em sua terra natal, a Carolina do Sul.

Mas ela resistiu e até agora recusou-se a jogar a toalha porque seria “a saída mais fácil”.

Permanecerá na corrida se os maus resultados continuarem se acumulando nesta terça-feira? Ela respondeu a esta pergunta de forma evasiva.

“Vamos continuar até a ‘Superterça'”, disse Haley aos repórteres no final de fevereiro. “Isso é tudo que pensei” em termos de estratégia, acrescentou.

Trump continua dando apelidos pouco agradáveis à sua rival, como “cabeça-dura”. Ele insiste em dizer que Haley “vai perder todos os estados” nesta terça.

Biden, de 81 anos, “é velho demais e Trump está um pouco louco”, disse à AFP John Campbell, de 70 anos, em uma seção eleitoral em Quincy, Massachusetts. Haley “parece um pouco normal”, acrescentou.

Biden presta contas

Em tese, as primárias podem durar até julho. Mas a equipe de Trump prevê uma vitória “no dia 19 de março”, no mais tardar, após a votação na Geórgia e na Flórida.

O milionário quer focar o mais rápido possível em uma revanche com Joe Biden, que busca a reeleição, antes de se concentrar em seus problemas jurídicos.

Seu primeiro julgamento criminal começa em 25 de março em Nova York.

Do lado democrata, o presidente Biden, de 81 anos, concorre à reeleição sem nenhum grande rival nas primárias.

As candidaturas de dois democratas, o deputado Dean Phillips do Minnesota e a autora de livros de autoajuda Marianne Williamson, nunca despertaram entusiasmo, apesar das críticas recorrentes dos eleitores sobre a idade do presidente ou seu apoio a Israel.

Isso transforma as disputas democratas desta terça-feira em uma mera formalidade.

O presidente é atacado por sua idade, algo que parece irrelevante para Charles Reid Sales, de 93 anos. “Eu não esperava votar hoje, mas eu vim”, disse à AFP em Houston, no Texas. Biden? Ele nunca será velho demais!”.

Biden terá que defender a sua política e visão para os Estados Unidos na quinta-feira, durante um importante discurso de política geral perante o Congresso, o tradicional “estado da União”.

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