Mundo
Taleban pede ‘moderação’ e ‘diálogo’ para resolver crise na Ucrânia
Em comunicado, os fundamentalistas afirmam que ‘todos os lados precisam desistir de adotar posições que possam intensificar a violência’
O governo do Taleban no Afeganistão emitiu um comunicado, nesta sexta-feira 25, em que expressa “preocupação sobre a real possibilidade de mortes de civis” após a deflagração de uma operação militar da Rússia contra a Ucrânia.
“O Emirado Islâmico do Afeganistão, em linha com sua política externa de neutralidade, chama os dois lados do conflito a resolver a crise por meio do diálogo e de opções pacíficas”, diz a nota.
Também pede “moderação de ambas as partes” e afirma que “todos os lados precisam desistir de adotar posições que possam intensificar a violência”.
Nenhum Estado reconheceu o governo estabelecido pelo Taleban desde que tomou o poder do Afeganistão, em agosto de 2021, após a retirada das tropas americanas.
O Taleban afirma ter se modernizado na comparação com a passagem anterior pelo poder (entre 1996 e 2001), quando proibia qualquer tipo de dissidência e violava sistematicamente os direitos humanos. Em janeiro deste ano, porém, o grupo anunciou se considerar no direito de reprimir dissidentes e prender manifestantes “ilegais”.
Desde que voltou ao governo, movimento facilitado pela retirada apressada dos militares dos Estados Unidos, o Taleban recorreu à repressão para tentar conter os protestos.
Os fundamentalistas prometeram alguma flexibilidade em relação às mulheres, que durante o primeiro regime foram privadas de quase todos os direitos. A fim de ganhar a aprovação da comunidade internacional, o novo governo evitou promulgar regras muito rígidas, mas são as autoridades provinciais que têm decidido quais obrigações as mulheres devem seguir.
O Taleban afirma, por exemplo defender o direito à educação para as meninas; no entanto, a grande maioria das escolas de ensino médio fechou suas portas desde agosto. Atualmente, os governantes afirmam que as unidades serão reabertas no final de março para todos, mas a falta de professoras e a proibição de homens ensinarem a meninas sinalizam novas dificuldades.
Além disso, quase todas as universidades privadas reabriram, mas também faltam docentes, uma vez que se impõe a separação em turmas masculinas e femininas.
(Com informações da AFP)
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