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Sarkozy, ex-presidente da França, é acusado de subornar testemunhas

O caso tem ligação com a suspeita de que ele teria recebido dinheiro do ditador líbio Muammar Kadhafi para financiar sua campanha de 2007

Ex-presidente Nicolas Sarkozy. Foto: Bertrand Guay/AFP
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O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi acusado, nesta sexta-feira 6, em uma investigação por possível manipulação de testemunhas, um novo caso de uma longa lista, que inclui o financiamento ilegal de campanha.

Após 30 horas de interrogatório em quatro dias, os juízes acusaram Sarkozy de encobrir o suborno a testemunhas e de conspiração para obstruir a Justiça, disse uma fonte judicial à AFP.

O caso contra o ex-presidente, que ainda é uma figura influente na direita francesa, está relacionado com as acusações de que ele teria recebido dinheiro do falecido ditador líbio Muammar Kadhafi para financiar sua campanha eleitoral de 2007.

O julgamento do financiamento líbio está previsto para começar em 2025, mas antes disso será julgado em novembro um recurso por financiamento ilegal da campanha de 2012, que Sarkozy perdeu para o socialista François Hollande.

No novo caso, os juízes estão interessados na mudança de depoimento de uma testemunha-chave, o empresário franco-libanês Ziad Takieddine, que alegou ter entregue em dinheiro, em 2006 e 2007, 5 milhões de euros.

Em 2020, porém, ele se retratou repentinamente, gerando suspeitas de que Sarkozy possa ter pressionado a testemunha a mudar de ideia.

Pelo menos outras nove pessoas são suspeitas neste caso, incluindo Mimi Marchand, considerada a rainha dos paparazzi na França e próxima ao atual presidente, Emmanuel Macron, e sua esposa, Brigitte.

Os juízes consideram haver indícios suficientes de que Sarkozy participou das ações dos suspeitos, possivelmente dando seu consentimento.

No primeiro semestre de 2021, alguns dos acusados tentaram obter provas sobre a falta de veracidade de um polêmico documento líbio sobre financiamento, publicado pela imprensa durante a eleição presidencial de 2012.

O ex-presidente conservador, que ocupou o cargo de 2007 a 2012, também foi condenado em primeira instância e em recurso por corrupção e tráfico de influência, em um caso sobre a tentativa de influenciar um juiz.

Os advogados de Sarkozy, que recorre frequentemente das condenações, indicaram em comunicado à AFP que seu cliente “defenderá a sua honra” também neste último caso.

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