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O acordo que pode encerrar a greve de 41 dias no setor automotivo dos EUA

A proposta vale para trabalhadores da Ford; metalúrgicos da GM e Stellantis ainda buscam ajustes na proposta

Foto: Matthew Hatcher / AFP
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O sindicato dos trabalhadores do setor automotivo dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (25), um acordo preliminar com a Ford, após uma greve de 41 dias nas “Três Grandes” fabricantes de veículos do país.

O acordo, que os trabalhadores ainda devem aprovar em votação, inclui um aumento salarial de 25% para os empregados por hora, informou o sindicato United Auto Workers (UAW).

O aumento é inferior aos 40% solicitados pelo presidente do UAW, Shawn Fain, quando o sindicato iniciou a greve, em 15 de setembro, a primeira simultânea das Três Grandes de Detroit (Ford, General Motors e Stellantis). No entanto, ficou acima dos 9% que a Ford propôs inicialmente em agosto.

“Esse acordo nos coloca em um novo caminho para fazer as coisas bem na Ford, nas Três Grandes e em toda a indústria automobilística”, disse Fain.

Outros elementos importantes são os reajustes garantidos devido ao custo de vida, a eliminação dos diferentes níveis salariais que prejudicam os funcionários com menos tempo na empresa e o direito à greve em caso de fechamento de fábricas.

“Vamos deixar que o processo democrático siga seu curso”, disse Fain.

A Ford confirmou o acordo e afirmou que o grupo está “satisfeito por alcançar um acordo provisório sobre um novo contrato de trabalho com o UAW que cobre nossas operações nos Estados Unidos”.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, saudou o que chamou de “acordo histórico”: “Felicito o UAW e a Ford por terem se unido após uma negociação árdua de boa-fé e por terem alcançado nesta noite um acordo provisório histórico”.

Biden ressaltou que o acordo “oferece um aumento recorde aos trabalhadores do setor automotivo que tanto se sacrificaram para garantir que nossas emblemáticas Três Grandes pudessem seguir liderando o mundo em qualidade e inovação”.

Ampliação da greve

O protesto inicial do UAW afetou três fábricas e apenas 12.700 trabalhadores aderiram ao movimento, mas o sindicato ampliou gradualmente a paralisação nas semanas posteriores para buscar um acordo melhor.

Mais de 45.000 trabalhadores estavam em greve antes do acordo com a Ford.

O UAW tem 146.000 trabalhadores filiados do setor automotivo dos Estados Unidos.

Nos últimos dois dias, o UAW intensificou a greve tanto na Stellantis como na GM, o que paralisou fábricas importantes no Michigan e no Texas que produzem alguns dos veículos mais lucrativos destas empresas.

GM e Stellantis oferecem atualmente propostas de aumentos salariais de 23%. Fain alega que as empresas precisam melhorar as propostas após as concessões sindicais motivadas pelas reorganizações das empresas que quase faliram há mais de uma década.

Após um acordo provisório, os sindicatos muitas vezes não encerram uma greve até que o texto seja ratificado por seus membros. O UAW, no entanto, indicou que os trabalhadores da Ford retomariam suas funções, para pressionar a GM e Stellantis.

“Trata-se de um movimento estratégico, para conseguir o melhor acordo possível”, explicou o vice-presidente do UAW, Chuck Browning, ressaltando que “a última coisa” desejada por GM e Stellantis é que a Ford volte a funcionar com sua capacidade total enquanto elas ficam para trás.

(Com informações de AFP)

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