Mundo
Governo britânico felicita Milei, mas lembra que Malvinas ‘é uma questão resolvida’
O libertário Milei obteve 55% dos votos ante 44% do ministro da Economia, o peronista de centro Sergio Massa, segundo resultados parciais oficiais


O porta-voz do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou nesta segunda-feira 20 que o seu governo felicitou Javier Milei pela vitória nas eleições argentinas, mas lembrou que a disputa entre os dois países pela soberania das Ilhas Malvinas “é uma questão resolvida”.
“Transmitimos as nossas felicitações” ao presidente eleito pela sua vitória, disse o porta-voz no seu discurso à imprensa.
“Como membros do G20 e com uma parceria comercial próspera, esperamos desenvolver uma relação forte e produtiva”, acrescentou.
O economista de extrema direita Javier Milei venceu as eleições presidenciais da Argentina no domingo 19, uma vitória contundente que ocorreu em um contexto de forte incerteza no país, imerso em sua pior crise econômica em duas décadas.
O libertário Milei obteve 55% dos votos ante 44% do ministro da Economia, o peronista de centro Sergio Massa, segundo resultados parciais oficiais.
A Argentina é governada desde 2003 pelo peronismo de centro-esquerda de Néstor e Cristina Kirchner, exceto por um intervalo de quatro anos do governo do direitista Mauricio Macri (2015-19).
Em relação às reivindicações argentinas sobre a soberania das Malvinas, o porta-voz do primeiro-ministro britânico foi contundente.
“Não vi os comentários mais recentes sobre isso. Acho que (Milei) levantou vários pontos diferentes sobre isso durante a campanha”, respondeu o porta-voz à pergunta de um repórter sobre o assunto.
“Da nossa parte, é obviamente uma questão que está resolvida há algum tempo. Não há planos para rever isso. A posição das Ilhas Malvinas está resolvida há algum tempo e não vai mudar”, disse ele.
Durante a campanha, Milei havia dito, em declarações divulgadas pelo jornal La Nación no dia 13 de novembro, que “tivemos uma guerra que perdemos e temos que fazer todos os esforços para recuperar as ilhas pelos canais diplomáticos. Óbvio que eu vou defender as Malvinas”.
Esse arquipélago do Atlântico Sul, localizado a 400 quilômetros da costa argentina e a quase 13 mil quilômetros do Reino Unido, foi palco de uma guerra de 74 dias em 1982, que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos.
Em 2013, em um referendo realizado no território de apenas 2.000 habitantes, 99,8% dos eleitores votaram pela permanência sob controle britânico.
A Argentina defende que as ilhas, herdadas da coroa espanhola após a sua independência, foram ocupadas pelas tropas britânicas em 1833.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Lula não irá à posse de Milei na Argentina, diz agência
Por CartaCapital
Mais de 200 pessoas condenadas na Itália em julgamento contra a máfia
Por AFP
Governo do Hamas anuncia novo balanço de 13.300 mortos na Faixa de Gaza
Por AFP
Shakira concorda em pagar multa milionária e evita julgamento por fraude fiscal
Por AFP
Com Milei na Argentina, Mercosul passa a ter predomínio da direita
Por CartaCapital
De Trump a Musk, a ultradireita mundial celebra a vitória de Milei na Argentina
Por André Lucena