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Cuba afirma que EUA pressionam Opas a investigar Programa Mais Médicos

Norte-americanos consideram uma forma de exploração humana comparável à escravidão as missões médicas enviadas pelo país caribenho

Cuba afirma que EUA pressionam Opas a investigar Programa Mais Médicos. Foto: Agência Brasil
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Cuba denunciou na quarta-feira 30 que os Estados Unidos ameaçam cortar a verba destinada à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) se a mesma não investigar o Programa Mais Médicos, que envolveu a ilha e o Brasil.

“Sob a ameaça de renunciar ao pagamento de sua contribuição financeira, os Estados Unidos, principal contribuinte do orçamento da Opas, obrigaram a Secretaria dessa organização a aceitar o que chamam de “revisão externa do papel da Opas no Programa Mais Médicos no Brasil”, aponta um comunicado divulgado pela chancelaria cubana.

“Está sendo preparada uma avaliação espúria e mentirosa promovida por e para os propósitos agressivos dos Estados Unidos em seu esforço para desacreditar a cooperação internacional de Cuba”, afirma o texto, assinalando que uma comissão de advogados americanos irá divulgar um relatório sobre o assunto em 180 dias.

A denúncia é feita após Cuba ser eleita membro do Comitê Executivo da Opas (até 2023), durante a 58ª reunião do Conselho Diretivo, com a oposição de Washington. Kristen Pisani, diretora do Escritório de Assistência Econômica e Desenvolvimento do Departamento de Estado americano, questionou a idoneidade de Cuba para garantir a “transparência e prestação de contas” que seu país exige da Opas, órgão que facilitou o envio de médicos cubanos ao Brasil.

Cubanos no Brasil

Em novembro de 2018, Cuba decidiu retirar cerca de 8 mil médicos da ilha que trabalhavam desde 2013 no Brasil por meio deste programa e sob o amparo da Opas, quando Jair Bolsonaro conquistou a presidência e questionou os termos do acordo.

“As supostas preocupações dos Estados Unidos envolvendo a cooperação de Cuba, neste caso no Programa Mais Médicos, não são legítimas nem pertinentes para serem discutidas na Opas”, considerou a chancelaria cubana.

Os Estados Unidos consideram uma forma de exploração humana comparável à escravidão as missões médicas enviadas por Cuba, uma de suas principais fontes de receita. Atualmente, há missões médicas cubanas em 59 países, às quais se somaram outras 39 missões, específicas para o combate à Covid-19, segundo dados oficiais.

Para Cuba, as acusações contra a ilha fazem parte de uma “campanha desonesta lançada em 2019 pelo governo americano para desacreditar a cooperação médica internacional de Cuba, pressionar os governos que a recebem e privar as populações destes serviços de saúde”, assinala a declaração.

Kristen Pisani acusou o governo cubano de aproveitar a pandemia para fazer declarações “completamente falsas”.

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