Não levou uma semana para que a Colômbia registrasse o primeiro massacre de 2022. Em publicação nas redes sociais nesta terça-feira 4, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz, o Indepaz, comunicou o assassinato de três venezuelanos na cidade de Jamundí, no departamento de Valle del Cauca, na segunda-feira 3.
De acordo com o Indepaz, as vítimas viviam no local há cinco anos e se dedicavam a trabalhos de construção. A identidade ainda não foi divulgada. O Instituto disse que há presença de grupos armados ilegais na região.
A Colômbia registra dezenas de massacres anualmente. Em 2021, o Indepaz identificou 96; em 2020, 90. A organização define um massacre como um homicídio coletivo intencional de três ou mais pessoas protegidas pelo Direito Internacional Humanitário e sem condição de defesa, em iguais circunstâncias de tempo, modo e lugar.
As vítimas são, predominantemente, lideranças comunitárias, defensores de direitos humanos e membros de grupos vulneráveis. Apurações do Indepaz indicam atuação de grupos narcoparamilitares, especialmente no campo.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, que está no poder desde 2018, diz lamentar os massacres, mas, para opositores e observadores internacionais, o chefe de Estado atua em concordância com os militares, paramilitares e setores do narcotráfico.
No centro do debate está o processo de desmantelamento do Acordo de Paz de 2016, firmado pelo governo colombiano e as Farc, com a promessa de colocar fim aos 52 anos de conflito armado no País.
Com o primeiro registro de 2022, figuras políticas protestaram com reivindicações de proteção aos direitos humanos na Colômbia. O senador Gustavo Bolívar, em suas redes sociais, destacou que se trata do 241º massacre da era de Iván Duque. “Começa a contagem eterna”, disse o parlamentar no Twitter.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, compartilhou na mesma rede social um tweet que acusa Duque de “pior presidente da Colômbia” . O novo chanceler venezuelano, Felix Plasencia, disse que o presidente colombiano é “líder da aniquilação seletiva” e reivindicou respeito ao Acordo de Paz.
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