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Bill Clinton, Donald Trump e Príncipe Andrew são citados em documentos de Jeffrey Epstein

Magnata norte-americano foi acusado de exploração sexual de menores

Foto: AFP
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Os ex-presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump e Bill Clinton, além do Príncipe Andrew, integrante da família real britânica, são citados em documentos judiciais relacionados ao financista norte-americano acusado de crimes sexuais, Jeffrey Epstein.

Os documento, que estavam sob segredo de Justiça, se tornaram públicos, nesta quarta-feira 3, após uma decisão judicial da Corte de Nova York. A mera citação dos documentos de Epstein não indica, necessariamente, a participação da pessoa nos crimes, ou ainda ciência do caso.

No entanto, a citação das personalidades nos depoimentos dados pelas vítimas do bilionário demostram a relação próxima que Epstein nutria com figuras proeminentes da política mundial.

Entre os documentos abertos na quarta-feira estava um depoimento de maio de 2016 de Johanna Sjoberg, uma das supostas vítimas de Epstein, que disse ter tido contato com o magnata entre 2001 e 2006. Ela foi questionada se Epstein alguma vez conversou com ela sobre Bill Clinton naquela época.

“Ele disse uma vez que Clinton gosta delas jovens, referindo-se às meninas”, testemunhou Sjoberg.

A defesa de Clinton nega ligações com os crimes do financista e afirma que a única ligação dele com o bilionário seria uma carona em um jato particular de Epstein, ainda antes da revelação do escândalo.

A suposta conexão é comemorada pela direita conservadora norte-americana, embora não haja nenhuma indicação de ligação entre o ex-presidente e os casos criminais.

A mesma vítima ainda revela uma relação próxima entre Epstein e o republicano Donald Trump. Durante uma viagem com o magnata, a vítima teria presenciado uma ligação entre ele e o republicano.

Apesar de ter admitido uma relação de amizade que durou mais de 15 anos com Epstein, Trump alega ter tido um “desentendimento” com o financista e que “não era um fã” do bilionário.

Entre outros nomes que estão relação de associados a Epstein estão o comentarista de extrema-direita Benny Johnson; Graham Allen, um streamer de vídeo de direita; e Brigitte Gabriel, fundadora do grupo anti-muçulmano ACT for America.

Além dos ex-presidentes, os documentos ainda mostram uma relação entre Epstein e o Príncipe Andrew, acusado de abuso sexual por uma das vítimas do magnata.

Em 2021, ele pagou milhões para a mulher que o acusava para encerrar um processo por abuso sexual quando ela tinha 17 anos. Epsteins estava envolvido no caso.

O príncipe alega que nunca conheceu a suposta vítima e nega todas as acusações.

Além das figuras políticas, ainda são citados nos documentos outras personalidades, como Michel Jackson e David Copperfield, como pessoas presentes nos ambientes frequentados por Epstein.

A maioria dos documentos tornados públicos nesta quarta-feira não incluem relatos específicos sobre supostas irregularidades cometidas por amigos de Epstein.

Além desses, a juíza responsável pelo caso ainda autorizou a abertura de mais de 200 documentos relacionados ao caso que devem ser divulgados nos próximos dias. No entanto, a magistrada já adiantou em seu despacho que a maioria dos documentos não incluem material obsceno sobre outras pessoas além de Epstein.

Epstein foi acusado de comandar uma “vasta rede” de exploração sexual de menores de idade. Ele convidava as meninas a sua mansão, onde tinham relações sexuais e, em seguida, pagava as vítimas em dinheiro.

Uma década antes, Epstein havia sido condenado por solicitação de prostituição de uma menor de idade.

Ele morreu aos 66 anos por suicídio na prisão em 2019, antes de poder ser julgado em Manhattan por acusações federais de tráfico sexual.

Desde então, o espólio do executivo tem sido usado para pagar cerca de 150 milhões de dólares em acordos para mais de 125 mulheres.

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